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Desconfinamento progressivo em França. Emigrantes portugueses querem vir a Portugal

11 mai, 2020 - 08:55 • João Cunha

Num país dividido em dois, entre distritos verdes ou vermelhos, consoante o risco de contágio, milhares regressam ao trabalho presencial. Esta semana, milhão e meio de alunos do pré-escolar e do básico regressam às aulas.

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Entre a imensa comunidade portuguesa em Paris, muitos pretendem saber como será passar os meses de férias de verão em Portugal, apesar de todos os condicionalismos. Porque, segundo Hermano Sanches Ruivo, luso-descendente que é vereador na Câmara de Paris, há muitos emigrantes que pretendem fazê-lo.

“A principal preocupação (entre a comunidade portuguesa) é a vontade real é poder ir a Portugal no Verão, mesmo com condicionamentos. Porque ninguém quer imaginar ficar aqui em julho e agosto.”

Quanto ao processo de saída do confinamento, que hoje começa, o vereador explica que uma das dificuldades é o facto de não saberem quantas crianças vão regressar às aulas. Porque “os pais não são assim muito adeptos de deixar as crianças ir à escola”.

Assim, há a dificuldade de saber quem vai regressar. E essa diferença “entre a real capacidade dos edifícios e o número de crianças a ir para a escola é uma das dificuldades da saída do confinamento”, sublinha o autarca.

Outras das dificuldades é a questão dos transportes. Milhares de pessoas devem começar a entrar na região de Paris, para trabalhar presencialmente. E nos comboios, por exemplo, o número de passageiros será bastante inferior ao normal.

“O comboio expresso tem habitualmente 2.600 pessoas. Vamos ter de limitar a entrada a 600 pessoas. É fácil perceber como é que numa região com oito milhões de habitantes e com muitas pessoas a ter de vir para Paris para trabalhar, como isso pode ser uma grande dificuldade”.

Em matéria de transportes, o autarca alerta para as coimas que serão de 150 euros para quem não respeitar o uso obrigatório de máscara. O acesso aos transportes públicos vai ser reservado à hora de ponta aos que tiverem consigo uma declaração do empregador ou tendo um motivo imperativo para se deslocar.

E serão mais de 100 mil agentes da autoridade a garantir o cumprimento das medidas em vigor. Sobretudo nas quatro regiões do norte de França classificadas a cor vermelha, que contrastam com o resto do país, a verde. As regiões de Ile-de-France (região parisiense), Hauts de France, Bourgogne-Franche-Comté e Grand-Est.

Entre as zonas vermelhas, a região parisiense é a que apresenta mais risco, devido à sua densidade populacional e saturação dos hospitais.

Contudo, Hermano Sanches Ruivo acredita que as regras agora impostas vão sofrer algumas alterações. “Vai haver uma evolução nessa saída do confinamento. Nós vamos ter de ver e seguir a situação no dia-a-dia, porque está dependente do que as pessoas vão respeitar e como a situação vai evoluir.”

Se não se respeitarem as medidas, nem quer imaginar o que seria dar um passo atrás – e regressar ao confinamento. “Politicamente, teria consequências muito graves. Como é que um governo poderia aguantar um regresso ao confinamento. Nós temos de imaginar uma saída e um esforço contínuo para ver se o resultado é menos pior do que o que podemos imaginar nesta altura.”

Um novo ponto da situação vai ser apresentado no dia 2 de junho, para, das duas, uma: ou passar a uma nova fase do levantamento das medidas de confinamento ou, em caso de maus resultados, assumir as consequências.

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  • Ivo Pestana
    11 mai, 2020 Funchal 14:02
    Aqui na Madeira muitos emigrantes só falam em francês, porque será?

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