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Mariana Vieira da Silva. "Ministério Público tem que deixar de querer participar na vida política"

05 fev, 2025 • José Pedro Frazão


Os comentadores do programa Casa Comum apontam o dedo ao procurador-geral da República no processo Tutti-Frutti. A duração da investigação até ao momento de acusação é inaceitável, para Duarte Pacheco e Mariana Vieira da Silva.

Vídeo: Presidenciais, Tarifas e Tutti-Fruti
Vídeo: Presidenciais, Tarifas e Tutti-Fruti

No rescaldo da acusação do caso Tutti-Frutti e do arquivamento das suspeitas sobre Fernando Medina e Duarte Cordeiro, a socialista Mariana Vieira da Silva pede ao Ministério Público (MP) que deixe de tentar intervir na vida política.

A antiga ministra da Presidência critica a lentidão da justiça num processo em que o MP deduziu acusação contra 60 arguidos por crimes de corrupção, prevaricação, branqueamento e tráfico de influência.

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"A justiça, ou funciona num calendário mais próximo da política ou então corta definitivamente com a sua vontade - que ainda ontem foi visível nos recados políticos que o Ministério Público deixa a duas pessoas que não acusou - de querer participar na vida política, como parece que quer", critica Mariana Vieira da Silva, no programa Casa Comum, da Renascença.

Quatro atuais presidentes de junta de freguesia em Lisboa (três do PSD e um do PS) e dois vereadores na capital (de PS e PSD) estão entre os 60 acusados no caso Tutti-Frutti, que respondem por 463 crimes de corrupção ativa e passiva, prevaricação, tráfico de influência, branqueamento, burla qualificada, falsificação de documento, abuso de poder e recebimento indevido de vantagem, algum dos quais na forma agravada.

A antiga ministra diz-se satisfeita com o desfecho em relação a Medina e Cordeiro, mas alerta que o caso tem consequências nas autárquicas em Lisboa.

"Há uma mancha que fica do tempo que estes casos [demoraram] e da forma como eles vão marcar as eleições autárquicas em Lisboa, não é possível não enfrentar essa realidade. Oito anos depois, é muito tempo", afirma Mariana Vieira da Silva, numa referência à duração da investigação.

Ministério Público deve explicações no processo

No espaço de debate político da Renascença, o antigo deputado social-democrata Duarte Pacheco defende que o procurador-geral da República, Amadeu Guerra, deve fazer uma avaliação sobre a duração deste processo.

"Era bom que o Ministério Público fizesse uma autoavaliação. Eu sei que não fazem. Eles pensam que são uma casta à parte, que não precisam ser avaliados nem dar explicações. Mas esta investigação de facto demorou oito anos. Isto é normal? É normal que as pessoas fiquem com a vida suspensa durante anos para depois, no fim, ver que não têm nada a ver com o assunto, como aconteceu com Fernando Medina? E caso tenham, então têm de prestar contas à sociedade através de um julgamento", argumenta o militante social-democrata.

Duarte Pacheco aproveita para defender que, enquanto não há uma acusação judicial, um suspeito não deve suspender o seu mandato.

"Basta uma carta anónima a dizer que foi visto a fazer algo, para ter que ser aberta a uma investigação. É obrigatório abrir uma investigação. E para ser aberta a investigação a pessoa é automaticamente arguida. E então ficava oito anos em trabalhar? Deixa a sua vida, destrói toda a sua vida para depois, no fim de contas, dizer, afinal 'isto não tinha nada'?", questiona Duarte Pacheco.

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  • A ver
    05 fev, 2025 Portugal 17:53
    Ficou "atravessado" à mocinha a demissão do chefe e a perda de tachos, por iniciativa do MP. Mas pode estar descansada: se houve demissão não foi por causa do MP, foi o Costa que estava com medo de perder o tacho em Bruxelas e precisava de ficar livre deste estropício que é ser Primeiro-ministro e ao primeiro pretexto que teve, bateu com a porta. Não tivesse ele um cargo à espera por pouco tempo em Bruxelas, a ver se ele se demitia.