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Eurobarómetro

Portugueses querem mais fundos de coesão na educação e saúde

04 jul, 2025 • José Pedro Frazão


No estudo agora divulgado por Bruxelas, a poucos dias da Comissão Europeia apresentar a sua proposta de Quadro Financeiro Plurianual, os inquiridos europeus querem equilíbrio regional na distribuição dos dinheiros e apostas na educação e saúde acima de outras prioridades.

António Costa já defendeu que a aposta na defesa europeia faz sentido no quadro da coesão territorial. Mas os portugueses, tal como os restantes europeus inquiridos no último Eurobarómetro, colocam o investimento em defesa abaixo das prioridades à saúde, emprego e habitação para aplicação dos dinheiros da política europeia de coesão.

Num inquérito agora divulgado pela Comissão Europeia, a poucos dias do executivo de Ursula von der Leyen apresentar a sua proposta de Orçamento plurianual, os europeu sinalizam que a prioridade dos fundos de coesão deve ir para a melhoria das infraestruturas de saúde e educação.

58% dos portugueses inquiridos defendem essa prioridade, bastante acima da média europeia de 49%. A política de coesão consome um terço do Orçamento comunitário e pretende financiar projetos para corrigir as disparidades entre países e regiões europeias nos domínios económico, social e territorial. 78% dos portugueses consideram que as medidas europeias da política de coesão contribuem para a melhoria das condições de vida no país ou região.

Saúde e educação no topo das preocupações de investimento

As restantes prioridades situam-se consideravelmente mais abaixo na opinião dos portugueses, em linha com as percentagens europeias. 37% quer mais investimento europeu para proteção do ambiente, recursos hídricos e ação climática, seguido da habitação e da melhoria da eficiência energética (30 % em Portugal). Apenas 18% dos portugueses inquiridos defendem prioridade ao investimento europeu em defesa no quadro da política de coesão, abaixo da média europeia de 23%.

Quando questionados sobre a importância de certas prioridades para o seu país, os portugueses escolhem de forma quase total a área da saúde e educação (98%, a par de Hungria, Irlanda e Malta), seguido da formação profissional (95%), apoio às pequenas e médias empresas ( 95%) e investigação e inovação (92%). Apenas 18% dos portugueses inquiridos defendem prioridade ao investimento em defesa no quadro da política de coesão, abaixo da média europeia de 23%. 4 em cada 10 portuguese afirma ter conhecimento de iniciativas financiadas pela UE, em linha com a média europeia de 40 %.

Portugueses querem mais investimento nos países europeus mais pobres

64% dos inquiridos europeus argumentam que a UE deve investir em todas as suas regiões, enquanto 32% sustentam que a UE deve investir apenas nas regiões mais pobres e com elevada taxa de desemprego. No entanto, em Portugal, a amostra divide-se a metade por ambas as opções e é o segundo país que mais defende a aposta em países mais desfavorecidos.

Os portugueses são os europeus desta amostra que, a par dos húngaros, mais manifestam a possibilidade de saírem do seu país por necessidade. São 6%, uma fração muito minoritária face aos 67% de portugueses que estimam manter-se por sua escolha no seu país nos próximos 5 anos.

O Eurobarómetro tem uma amostra europeia de 25 mil 737 inquiridos maiores de 15 anos, recolhida por telefone fixo e móvel entre 22 de abril e 8 de maio de 2025. O universo português do estudo é de 1009 entrevistados com uma margem máxima de erro de 3,1 pontos percentuais.

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