22 jan, 2024 • Sérgio Costa
Decorreu este fim de semana o 5.º Congresso dos Jornalistas e a grande novidade foi a aprovação de uma moção conjunta que defende um dia de greve geral.
O Explicador Renascença indica o que já se sabe deste eventual protesto e das causas por trás.
Ainda não, nem sabemos se a greve vai concretizar-se.
Este domingo foi aprovada por unanimidade uma moção para mandatar o sindicato a convocar uma greve.
Ainda não está definido se o protesto avança e quando.
Não. Em 1982 realizou-se uma greve geral de jornalistas. É, de facto, raro, a última vez foi já há mais de 40 anos, mas não é inédito.
Antes, em 1921, teve lugar uma greve geral de imprensa que envolveu não só jornalistas, como tipógrafos e distribuidores.
Essa longínqua greve, de há mais de 100 anos, foi motivada pela desvalorização dos salários num quadro de inflação galopante e seguiu-se a uma greve geral de trabalhadores, em 1918 que daria o mote para a criação da então Confederação Geral do Trabalho.
Sim, é uma parte do quadro que motiva a proposta de greve.
Os responsáveis pelo Congresso defendem que o estado do Jornalismo obriga a uma posição drástica, radical.
Será, a concretizar-se, um protesto contra a precariedade no sector, mas é sobretudo uma proposta de solidariedade para com o os trabalhadores do Grupo Global Media que, como temos dado conta, vivem enormes dificuldades com salários em atraso.
Justamente os baixos salários, desrespeito pela profissão, eventual monopolização dos meios de comunicação e cedência a interesses que pouco podem ter a ver com o Jornalismo.
Do Congresso saiu a ideia de que se uma imprensa não é independente, e é desvalorizada, então é um risco para a Democracia.
Foram aprovadas moções para que investidores na Comunicação Social sejam obrigados a ter um registo de idoneidade e que jornalistas recebam dividendos das grandes plataformas que usam o seu trabalho.
Não fica claro que tal venha a concretizar-se.