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Quantos portugueses sofrem de problemas de saúde mental?
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Quantos portugueses sofrem de problemas de saúde mental?

10 out, 2024 • André Rodrigues


Ansiedade e depressão são os problemas mais comuns. Cada uma destas condições atinge cerca de 6% da população portuguesa.

Há cada vez mais pedidos de ajuda para a linha de atendimento psicológico do SNS24: desde janeiro, foram feitas perto de 60 mil chamadas, mais 5% do que no mesmo período do ano passado.

É um dado conhecido neste Dia da Saúde Mental.

O Explicador Renascença esclarece mais detalhes.

Quantos portugueses têm problemas de saúde mental?

Cerca de três milhões de pessoas apresentam algum tipo de sintoma de doença mental.

Isto significa que estamos a falar de aproximadamente um terço da população em Portugal.

E este poderá ser um número conservador, uma vez que estes são os casos que estão a ser seguido, porque, certamente, haverá muitos outros casos de saúde mental que não são acompanhados por profissionais de saúde e, portanto, o número será superior.

Quais os sintomas mais frequentes?

Ansiedade e depressão são os problemas mais comuns. Cada uma destas condições atinge cerca de 6% da população portuguesa.

Seguem-se os problemas relacionados com o consumo de álcool e drogas (2%) e a doença bipolar e esquizofrenia (2%).

Há um agravamento?

A Ordem dos Psicólogos admite que sim. Sobretudo, nos casos de depressão e de ansiedade que estarão mesmo a aumentar.

Até porque há um antes e um depois do período da pandemia que, como sabemos, teve sérias consequências na saúde mental da população.

Há um antes e um depois da Covid-19?

Sim. De resto, a linha de Apoio Psicológico foi criada logo no início da crise sanitária, em abril de 2020. Desde essa altura, já recebeu 322 mil chamadas.

Só desde o início do ano, tem recebido uma média de 200 chamadas por dia. Ou seja, poderemos estar a assistir a um agravamento do cenário.

Mas, por outro lado, o facto de essa ajuda existir e ser divulgada também estará a facilitar uma maior procura por uma resposta para estas situações.

O que é que acontece após contactar a linha?

Na maior parte dos casos, estamos a falar de população com sintomas de ansiedade ou pessoas com doença previamente diagnosticada e que têm um agravamento do quadro clínico.

Perante eventuais sinais de perigo detetados pelo psicólogo da linha de apoio, a chamada é transferida para o INEM, que assegura os meios de socorro adequados.

Desde março de 2021 ocorreram mais de 400 situações deste género.

A resposta é suficiente?

A Ordem dos Psicólogos avisa que não. A resposta aos casos de saúde mental em Portugal é insuficiente para as necessidades.

Atualmente, o Serviço Nacional de Saúde tem cerca de 1.100 psicólogos. E o reforço de mais 300 profissionais acordado com o anterior Governo também não é suficiente para as necessidades da população.

E qual é a consequência?

Atrasos no acesso às consultas é a principal consequência.

E há mesmo quem chegue a esperar um ano por uma consulta de psicologia no SNS. Por exemplo, em Santarém, Beja ou Aveiro.

E até nos caoss considerados muito prioritários, a espera pode ultrapassar os dois meses. É o que acontece, por exemplo, em Vila do Conde, Póvoa de Varzim e Braga.

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  • Bruno Rosário
    30 out, 2024 Lisboa 10:32
    6 milhões e mais uns quantos
  • Rafael
    10 out, 2024 almada 09:59
    É claro que a saúde mental em Portugal não está a receber a atenção que merece. As soluções propostas até agora são fragmentadas e insuficientes. Precisamos de uma abordagem ampla, sistémica e humana, onde o foco não seja apenas tratar os sintomas, mas prevenir e cuidar, de forma contínua. Enquanto o Estado continuar a ver a saúde mental como um custo a minimizar, em vez de um investimento em bem-estar social, continuaremos a ver histórias de vidas interrompidas pela ansiedade, depressão e outras doenças que, muitas vezes, poderiam ser evitadas ou geridas com os cuidados certos. É uma questão de dignidade. E a saúde mental é, afinal, a base de tudo.