06 fev, 2025 • Miguel Coelho
O que se sabe sobre os projetos de Trump?
Apenas o que o Presidente dos EUA disse. Ou seja, que após o fim do conflito, a Faixa de Gaza seja entregue por Israel aos EUA, para permitir a reconstrução do território.
E o que acontecerá aos dois milhões de palestinianos que vivem na Faixa de Gaza?
Trump propõe que sejam relocados, a título permanente, para países vizinhos, nomeadamente o Egipto e a Jordânia.
O argumento de Trump é que com o atual cenário de destruição generalizada, a Faixa de Gaza está inabitável. Portanto, há que retirar a população para permitir a reconstrução.
Donald Trump não fala propriamente em obrigar os palestinianos a sair, mas diz que devem ser encorajados a partir.
Os EUA podem apropriar-se da Faixa de Gaza?
À luz das leis internacionais, não.
Embora não seja um estado, o território está oficialmente sob administração palestiniana, e cerca de três quartos dos países das Nações Unidas reconhecem a independência da Palestina. Não é o caso dos Estados Unidos - nem de Portugal.
Mas a possibilidade de uma ocupação da Faixa de Gaza seria uma violação clara do direito internacional e como já afirmou o secretário-geral das nações unidas, “qualquer deslocamento forçado da população equivale a uma limpeza étnica”, o que em última análise poderia ser considerado um crime contra a humanidade.
E agora?
Até agora praticamente só Israel - como seria de prever - é que aplaudiu as intenções de Donald Trump.
O governo israelita anunciou já hoje que ordenou às Forças Armadas para preparem um plano de saída "voluntária" dos habitantes da Faixa de Gaza. De resto, têm sido de condenação praticamente generalizada as reações internacionais.
E em Gaza, o Hamas já garantiu que nenhum palestiniano deixará o território e apelou a "todas as fações palestinianas" e aos países árabes para que se unam contra o plano do presidente dos Estados Unidos.