04 abr, 2025 • Pedro Mesquita
Quem são os trabalhadores mais ameaçados pela automação?
Um em cada três trabalhadores do setor privado pode ser negativamente afetado pela automação, o que representa quase 900 mil pessoas. O estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos identifica um grupo de cerca de um milhão de trabalhadores em profissões classificadas como "em colapso". Entre as mais ameaçadas estão as funções nos "call centers", vendas e apoio ao cliente.
Também os empregados de escritório e os funcionários de armazém enfrentam elevado risco, devido à forte exposição à tecnologia.
O mesmo se aplica a algumas tarefas em farmácias, onde já existem robots a realizar funções antes desempenhadas por humanos. Com risco intermédio estão os trabalhadores da limpeza e da construção civil.
Quais são as profissões mais protegidas da substituição por máquinas?
As profissões com menor risco de substituição incluem os especialistas em marketing e relações públicas, diretores comerciais, gestores, arquitetos, professores e especialistas em finanças. Estas profissões fazem parte do grupo designado como "em ascensão", que representa cerca de 22,5% dos trabalhadores do setor privado.
Nestes casos, a inteligência artificial pode mesmo constituir uma ferramenta de apoio e valorização profissional.
O risco é o mesmo em todas as regiões do país?
Não. O impacto da automação varia consoante a região. Os distritos de Viana do Castelo, Braga, Aveiro e Viseu são apontados como os mais vulneráveis, devido à forte presença de empregos no setor da manufatura, um dos mais expostos à substituição tecnológica.
O estudo recomenda uma forte aposta na requalificação profissional, especialmente nos setores mais ameaçados, para mitigar os efeitos da automação no futuro do trabalho em Portugal.