15 mai, 2025 • André Rodrigues
Está a aumentar o número de profissionais de saúde que pedem para trabalhar no estrangeiro.
De acordo com a Ordem dos Enfermeiros, quase 1.600 enfermeiros pediram para exercer no estrangeiro.
A primeira consequência é um défice de profissionais. No caso dos enfermeiros, há 14 mil profissionais a menos em Portugal. O que implica, desde logo, uma maior sobrecarga de trabalho.
Depois, o círculo é vicioso: sobrecarga de trabalho somada aos baixos salários leva a mais saídas.
E, para que se tenha uma ideia, em 2024, mais de metade dos enfermeiros habilitados a exercer a profissão nesse ano pediram à Ordem a certidão para exercer no estrangeiro.
E não são apenas os recém-formados. A Ordem dos Enfermeiros diz que há também enfermeiros experientes e especialistas entre os que pretendem sair do país.
Não necessariamente. Mas este pedido de declaração para trabalhar no estrangeiro dá, pelo menos, a segurança de que podem fazê-lo, se for essa a sua intenção.
E, se desistirem de emigrar, também não são obrigados a comunicar à Ordem dos Enfermeiros.
Na Europa: Suíça, Espanha, França, Bélgica e Reino Unido. Fora da Europa, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
Em 2019, houve um pico extraordinário de emigração. Mas, em média, a percentagem de enfermeiros que saem do país situa-se entre os 50 e os 60% todos os anos.
Também aqui aumenta o número de profissionais que pedem a emissão da certidão para exercer no estrangeiro.
Em três anos, 2.700 clínicos já pediram essa declaração à Ordem dos Médicos e o número tem aumentado desde 2022.
Medicina Interna e Medicina Geral e Familiar são as especialidades mais afetadas e cujo impacto é mais sentido pelos utentes nos hospitais e centros de saúde.
Está preocupada, mas não surpreendida. Bem como os sindicatos, que dizem que esta é a consequência da falta de condições de trabalho, das baixas remunerações e das falhas na formação dos médicos.