20 mai, 2025 • Anabela Góis
Os autocarros e elétricos em Lisboa têm de enfrentar verdadeiras provas de obstáculos. Em pouco mais de 6 meses a Carris registou mais de 3 mil infrações, seja por carros estacionados nas paragens seja pela utilização indevida dos corredores BUS. Os dados foram revelados esta terça-feira pela empresa.
Não tantas como seria previsível porque estes números resultam de um projeto, que começou em setembro, e que visou - nesta 1ª fase - "sensibilizar os condutores" e assim o maior número de infrações resultou, apenas, em advertências, mas claro que também houve multas e carros rebocados. No total foram feitas cerca de 1.600 advertências, foram passadas pouco mais de 1.400 multas e em 28 casos foi necessário ativar os reboques.
Não passa, mas em breve vai ter agentes de fiscalização para controlar e melhorar a circulação dos autocarros e elétricos.
Para já este serviço está a ser feito em parceira com a polícia municipal. Vai ser alargado através de ações conjuntas com a EMEL e, numa fase posterior, com agentes da própria Carris.
Em paralelo e no âmbito do projeto Europeu UPPER, a empresa também está a a testar a utilização de câmaras nos seus veículos, para detetar automaticamente infrações de tráfego com impacto na circulação dos autocarros e elétricos.
Exatamente, e com isso aumentar a sua velocidade comercial.
De acordo com a Carris, este serviço de fiscalização nas paragens e nos corredores BUS é uma das etapas do plano para libertar, cada vez mais, as vias de circulação dedicadas ao transporte público, contribuindo, assim, para a melhoria da circulação dos autocarros e elétricos e para a mobilidade na cidade de Lisboa.
Sim. Basta pensar que no ano passado a velocidade média dos autocarros da Carris foi a mais baixa desde que há registos: não chegou aos 14 km /hora. Uma tendência de desaceleração que se arrasta há anos. No caso dos elétricos, a situação ainda é pior: a velocidade média caiu 7,4% num ano e rondou os 8 km/ hora em 2024. E as principais causas, lá está, são as interrupções no transito, o estacionamento indevido e as obras na via pública.
Mas os carros mal estacionados são.
Em 2024 os autocarros estiveram parados por este motivo durante 983 horas, um aumento de mais de 20% em comparação com o ano anterior. No total, o número de veículos imobilizados por estacionamento irregular subiu de 1.378 em 2023 para 1.620 em 2024, e as ruas afetadas aumentaram de 198 para 207.