20 mai, 2025 • João Malheiro
Terminou no fim de semana mais uma edição da Eurovisão, mas parece que há nova polémica à volta do concurso.
Tudo por causa da participação de Israel e o sucesso que teve no televoto deste ano.
O Explicador Renascença esclarece.
A canção de Israel, "New Day Will Rise", venceu o televoto da Eurovisão, totalizando 297 pontos. Ao todo, foi a música mais votada em 13 países, incluindo Portugal.
No voto do júri, conquistou apenas 60 pontos, o que fez com que, na classificação final, ficasse pelo segundo lugar do concurso e mesmo muito perto de vencer.
O sucesso de Israel no televoto, que também já aconteceu no ano passado, foi o suficiente para chamar a atenção ao método de televoto da Eurovisão.
A mesma pessoa pode votar até 20 vezes através de um dispositivo móvel ou cartão de crédito e a identidade de quem vota não é escrutinada.
Apesar de se chamar televoto, também é possível votar através da app oficial da Eurovisão.
A televisão nacional espanhola, diz que vai avançar com uma auditoria ao televoto espanhol.
A RTVE considera que, tendo em conta as guerras que afetam países participantes na Eurovisão, como também é o caso da Ucrânia, há a possibilidade dos resultados estarem a ser influenciados por estes conflitos, num festival que, supostamente, deve ser apolítico.
Nas redes sociais há acusações, que carecem de qualquer prova, de Israel estar a comprar cartões de telemóvel para poder votar em massa em vários países.
A presença de Israel no certame tem sido bastante criticada nos últimos anos, devido ao conflito na Faixa de Gaza. Fãs da Eurovisão apontam para critérios díspares da organização que expulsou a Rússia do festival, contudo permite a manutenção da comitiva israelita.
E há quem também questione a independência da Eurovisão numa altura em que a Moroccanoil, uma empresa israelita, é o principal patrocinador do evento.
A televisão belga pede transparência total e a televisão da Islândia também quer escrutinar o seu televoto nacional.
Esta segunda-feira a BLITZ noticiou que a RTP preparava uma posição oficial sobre a polémica. Contudo, em comunicado enviado à Renascença depois desta notícia, a RTP nega essa informação.
A televisão portuguesa diz estar apenas atenta "aos desenvolvimentos e a participar legitimamente nos fóruns" de discussão do tema.
"O processo de votação do público no Eurovision Song Contest é da exclusiva responsabilidade da EBU, entidade que contrata diretamente as Operadoras de Comunicações em cada país participante", sublinha, ainda, a televisão pública.