23 mai, 2025 • Daniela Espírito Santo , André Rodrigues
A Meta, detentora do Facebook e do Instagram vai passar a utilizar os conteúdos públicos inseridos nessas plataformas para treinar o seu modelo de Inteligência Artificial.
Sim, a Meta vai passar a usar os dados públicos dos europeus para ensinar a Meta AI, a sua Inteligência Artificial, a menos que os utilizadores se oponham.
Basicamente, todos os conteúdos públicos que estejam nas contas de utilizadores na União Europeia em aplicações como Facebook, Instagram, Messenger ou Threads. Ou seja, publicações de texto, comentários, fotografias ou interações. Isto inclui tudo o que for publicado em modo público, bem como qualquer interação que um utilizador tenha com aquele círculo azul que agora aparece no WhatsApp e Messenger, que indica a Meta IA, o ChatGPT da Meta. Todas as interações que tivermos com esse robot de conversação já estão a ser utilizadas para o ensinar.
Não. As mensagens que trocamos no WhatsApp são encriptadas por defeito e assim vão continuar. Isso significa que não são rastreáveis por ninguém, nem sequer pela própria Meta. Desta forma, todas as mensagens e interações que tenhamos no WhatsApp estão seguras e não serão incluídas neste pacote, mesmo que não se tenha pedido à plataforma para recusar esta inclusão.
A Meta enviou uma notificação aos utilizadores europeus com um link para um formulário de autoexclusão. Quem não recebeu a notificação, também poderá procurar um email na sua caixa de correio com a mesma indicação. Se não o tiver recebido até agora, talvez tenha ido parar à caixa de spam.
Quem não recebeu a notificação da Meta pode procurar o formulário ou fazer um pedido de objeção no centro da privacidade do Meta, através do Instagram, Facebook ou Threads, na parte sobre "IA na Meta" ou "Meta AI", um círculo azul que aparece no canto superior esquerdo, no Facebook. Não encontra e precisa de um "passo-a-passo"? Também temos: ao clicar no "Meta AI", uma nova aba é aberta onde se pode ler "Damos-te as boas-vindas à Meta AI".
No segundo parágrafo, a palavra "direitos" aparece sublinhada a azul. Clicamos lá e vamos parar a esta página, onde nos é explicado "Como a Meta utiliza informações para modelos e funcionalidades de IA generativa". Aí, clicamos novamente no segundo parágrafo, desta feita na palavra "oposição" que nos leva, finalmente, ao formulário.
Preenchido o nosso email, é-nos dada a opção de explicarmos a razão da nossa rejeição, mas este campo é opcional. Ao carregar no botão de "Enviar" deve aparecer uma mensagem de aviso que reza o seguinte: "Vamos respeitar a tua oposição. Isto significa que o teu pedido vai ser aplicado a partir de agora para desenvolver e melhorar a IA na Meta. Vamos enviar-te um e-mail com mais detalhes".
Depois, é só esperar. A resposta costuma demorar poucos minutos. A objeção deverá ser aplicada a todas as contas ligadas à que foi utilizada para enviar o formulário.
Os utilizadores europeus das plataformas da Meta que desejem opor-se à utilização dos seus dados para treinar os modelos de inteligência artificial (IA) generativa têm até 27 de maio para o fazer. Ou seja, até à próxima terça-feira, pelo que, quem quiser proteger os seus dados pode sempre aproveitar o fim de semana para tratar do assunto. Se deixar passar o prazo não há problema: poderá sempre decidir mais tarde, mas os seus dados até então já poderão ter sido utilizados.