02 jun, 2025 • André Rodrigues
É uma das notícias a marcar as últimas horas: a morte de um cidadão português na Ucrânia. Terá ocorrido na passada quinta-feira, mas só foi conhecida este fim-de-semana.
Sabemos que Jerónimo Guerreiro - assim se chama este português - era um bombeiro e ex-paraquedista das Forças Armadas. Antes de partir para a Ucrânia, pertencia nos bombeiros de Sacavém.
Decidiu juntar-se à Legião Internacional para a Defesa da Ucrânia, um agrupamento de combatentes estrangeiros que apoiam as forças ucranianas contra a invasão russa. E estaria há pelo menos um ano a combater ao lado do exército ucraniano.
Não há, nesta altura, detalhes exatos sobre as circunstâncias da morte deste português. Sabe-se que aconteceu na região de Kupiansk, que está atualmente sob controlo das tropas russas.
Pode ser uma dificuldade, por duas razões: a primeira é que esta morte aconteceu em território ucraniano controlado pelas forças russas. E daí - segunda razão - o corpo ainda não foi recuperado.
Nas últimas horas, o secretário de Estado das Comunidades já disse que a família foi informada. No entanto, a trasladação do corpo poderá exigir negociações para que seja possível retirá-lo de uma área que está sob influência militar russa.
Nesta altura, não há indícios que apontem nesse sentido.
Portugal tem mantido uma postura de apoio à Ucrânia, fornecendo ajuda humanitária, mas sem envolvimento militar direto no conflito. E esse fator reduz a possibilidade de uma tensão diplomática significativa.
A questão mais delicada pode surgir na tentativa de recuperação do corpo, pois está numa área controlada por tropas russas. Se houver necessidade de negociações para a trasladação, Portugal poderá ter de recorrer a vias diplomáticas para facilitar esse processo, o que pode implicar contactos formais com autoridades russas.
Não, porque não existe um número oficial. E, normalmente, ficamos a saber que há portugueses a combater ao lado das forças ucranianas quando surgem notícias como a deste fim-de-semana.
A nível oficial, o Governo também não se pronuncia sobre voluntários portugueses a combater na Ucrânia. Limita-se, como neste caso, a ajudar a família a encontrar uma solução para que o corpo possa regressar a Portugal e tem sido esse o esforço do secretário de Estado das Comunidades.