03 jun, 2025 • Alexandre Abrantes Neves
O novo Parlamento arrancou esta terça-feira, com os 230 representantes a tomarem posse e a realizarem as primeiras votações.
A primeira foi a da eleição do Presidente da Assembleia da República, a segunda maior figura do Estado: José Pedro Aguiar Branco, do PSD, foi eleito sem surpresa, sendo necessária apenas uma votação - um processo mais simples que o do ano passado, quando foi eleito só à quarta tentativa.
O Parlamento vai funcionar, excecionalmente, até mais tarde, com os trabalhos a estenderem-se até 25 de julho, devido às eleições de maio.
Sim e o jogo das cadeiras provocou algum mal-estar entrediferentes grupos parlamentares.
O PSD tem oito lugares na primeira fila do parlamento, enquanto o Chega e o PS têm direito a cinco cada um. A Iniciativa Liberal e o Livre ficam com dois lugares, enquanto o PCP e o CDS só têm uma cadeira na fila da frente.
Esta decisão gerou críticas dos comunistas e do Livre, uma vez que ficam com os deputados afastados no hemiciclo.
O deputado único do JPP também não está contente com esta distribuição dos lugares. Queria sentar-se ao centro, entre PSD e PS, mas o lugar provisório que lhe foi atribuído fica entre os socialistas e o Livre...
Ao todo, são 44 estreantes, bem menos do que no ano passado, quando houve 134 deputados a estrearem-se no Parlamento.
Neste grupo, há 24 homens e 20 mulheres e o Chega é o partido que traz o maior número de novos deputados: apenas 15.
Estes números são ainda provisórios, porque ainda não temos Governo e há nomes que podem saltar da bancada do PSD para o novo executivo e levar à entrada de outros deputados.
Não são muitos os deputados jovens, ou com menos de 30 anos. São apenas sete no Parlamento, menos dois do que na legislatura passada.
Entre eles só há dois estreantes: Sofia Pereira do PS, que é também a líder da Juventude Socialista, e Rui Cardoso, do Chega.
No que toca à paridade, a composição do Parlamento não se alterou. São 77 deputadas mulheres, cerca de 34% dos lugares no hemiciclo.
Há a tradição de muitos terem formação em Direito e Economia, mas há surpresas. O PS tem entre os seus deputados uma rapper, Eva Rapdiva, enquanto o Chega tem enfermeiros, veterinários e vários assessores do partido que assumem agora o lugar de deputado.
Entre os seis deputados do Livre, há também uma professora de português e inglês. E o PSD, por exemplo, traz uma farmacêutica.