13 jun, 2025 • Alexandre Abrantes Neves
Oito anos depois da sua criação, o Novo Banco vai ter um novo dono. O grupo bancário francês BPCE chegou a acordo com a Lone Star para a compra de 100% do capital social por 6,4 mil milhões de euros.
A conclusão da transação está prevista para o primeiro semestre de 2026.
Foi um acordo confirmado esta sexta-feira em comunicado. Ao todo o negócio ronda os 6.400 milhões de euros a pagar à Lone Star - o principal acionista desde 2017, com 75% do capital - mas também ao Estado português, que tem as restantes participações, de 25%.
Vai reaver parte dele. Desde 2014, com a queda do Banco Esprítio Santo, entraram cerca de 8 mil milhões de euros de fundos públicos na instituição.
Agora, o Estado deve recuperar menos de um quarto desse valor - mais de 1,6 mil milhões de euros.
O restante há ainda a expectativa de que seja recuperado, mas até 2056. Portanto, ainda teremos de esperar mais de 30 anos até que possa ser fechado de vez este capítulo.
O Ministério das Finanças tomou posição através de um comunicado, para dizer que é um sinal muito importante de confiança dos investidores internacionais na economia portuguesa e que vai beneficiar as empresas do nosso país.
O gabinete de Miranda Sarmento congratulou-se também com a venda a um banco francês, depois de se ter mostrado contra a venda do Novo Banco aos espanhóis do CaixaBank, alegando que a banca espanhola já tem muita presença em Portugal.
Na banca de retalho, sim, mas o grupo do BPCE já opera em Portugal há oito anos com um centro ligado à gestão de ativos no Porto e um banco de investimento focado no financiamento de carros usados: o Banco Primus e uma sucursal da Natixis, no Porto.
O BPCE é o segundo maior grupo bancário em França e conta com 100 mil trabalhadores. No ano passado registou lucros de mais de 3,5 mil milhões de euros.
Numa conferência de imprensa esta sexta-feira, o administrador do BPCE disse que não há razões para pensar sequer em despedimentos e garantiu também que não vai haver alterações no conselho de administração do Novo Banco.
Os franceses estão otimistas quanto ao crescimento do banco nos próximos anos e, por isso, dizem não ver razão para grandes mudanças.