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Por que é que os ares condicionados estão mais caros?
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Por que é que os ares condicionados estão mais caros?

01 jul, 2025 • André Rodrigues


O Governo decidiu não prolongar o benefício fiscal em 2025.

O preço dos ares condicionados sobe a pique já a partir desta terça-feira.

Os dispositivos eram vendidos com IVA a 6% e passam pagar 23% de imposto.

O Explicador Renascença esclarece.

Porque é que as regras mudam agora?

Porque o Governo decidiu não prolongar o benefício fiscal em 2025.

O IVA a 6% foi introduzido em 2022 como forma de incentivar os consumidores a optarem por soluções de climatização mais eficientes.

Alguma razão para acabar com esse benefício?

O Governo não apresentou uma justificação detalhada sobre esta decisão.

Seja como for, ela vai contra a opinião de muitos especialistas, que consideram que a retirada de incentivos fiscais em tempos de crise climática constitui um retrocesso no apoio à eficiência energética e à sustentabilidade.

Estamos a falar só de ares condicionados?

Não só. A partir desta terça-feira, o IVA sobe de 6% para 23% também nos painéis solares e bombas de calor, aparelhos que tinham um tratamento fiscal mais favorável, por serem considerados mais eficientes.

Com o regresso à taxa normal de IVA, o que está em causa em muitos casos, é que o custo final de um ar condicionado ou de um painel solar pode ultrapassar os 150 euros por equipamento.

Como é que o mercado está a reagir?

A procura disparou, assim que foi anunciada a mudança, há três semanas. Em muitas lojas, os stocks esgotaram rapidamente, especialmente no caso dos ares condicionados.

Há mesmo relatos de consumidores que anteciparam a compra destes equipamentos, mesmo sem terem necessidade imediata, com receio de não conseguirem adquirir os equipamentos a preços acessíveis nos próximos meses.

Consequência? Esta corrida aos equipamentos antes do aumento do IVA está a provocar ruturas no abastecimento e pode criar atrasos significativos nas entregas.

Isto é um caso de pobreza energética?

O fim deste benefício fiscal pode até contribuir para um agravamento dessa pobreza energética.

Quando um aparelho de ar condicionado, ou um painel fotovoltaico, mais amigo do ambiente, pode ficar a custar mais 150 euros de um dia para o outro, isso acaba por dificultar o acesso de famílias com rendimentos mais baixos a essa solução que poderiam reduzir a sua fatura energética. Portanto, quem poderia beneficiar mais desses equipamentos pode agora ficar sem capacidade para os adquirir.

Só que, num país onde o verão é cada vez mais quente e os invernos podem ser rigorosos, ter acesso à climatização não é um luxo, é uma necessidade.

E, finalmente, se há menos eficiência energética, há mais desperdício, porque os equipamentos antigos consomem mais energia.

Se as famílias não têm meios para fazer a substituição, acabam por gastar mais nas contas mensais, agravando ainda mais a sua vulnerabilidade.

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  • JM
    02 jul, 2025 Seixal 10:38
    Não votaram neles! Isto é apenas o começo, devagarinho devagarinho, até os passes sociais a 40€ acabam. O pilim não vem do ar. A prioridade é aumentar os benefícios fiscais para as grandes empresas, diminuir o IRC e agora a pedra no sapatinho, terem aceitado o estupido aumento de 5% para a defesa.
  • JM
    01 jul, 2025 Seixal 11:39
    Não votaram neles! Isto é apenas o começo, devagarinho devagarinho, até os passes sociais a 40€ acabam. O pilim não vem do ar. A prioridade é aumentar os benefícios fiscais para as grandes empresas, diminuir o IRC e agora a pedra no sapatinho, terem aceitado o estupido aumento de 5% para a defesa.