10 out, 2025 • Pedro Mesquita
A líder de oposição ao regime de Nicolás Maduro, Maria Corina Machado, recebeu esta sexta-feira o Prémio Nobel da Paz. Em discórdia com o sistema político de Venezuela desde o Governo do antigo Presidente Hugo Chávez, Machado ficou "em choque" com a distinção e é a primeira pessoa venezuelana vencedora.
"Promover a fraternidade entre as nações, a abolição ou a redução dos exércitos permanentes" é um dos requisitos principais do Comité Nobel Norueguês para escolher um vencedor. Mas porque motivo foi Maria Corina Machado a escolhida da edição deste ano?
O Explicador Renascença esclarece.
Tanto o "trabalho incansável e persistente" de Machado pela defesa dos direitos democráticos na Venezuela, como também a luta para uma "transição justa e pacífica" de um regime classificado autoritário par a democracia são os principais argumentos da assembleia do Nobel da Paz.
Nascida em Caracas, Maria Corina Machado, de 58 anos, é uma personalidade-chave do ativismo e da política venezuelana. Engenheira de formação, é cofundadora da "Súmate, uma organização cívica de fiscalização eleitoral, e foi deputada entre 2011 e 2014, sempre conhecida por fazer campanha de mobilização popular em defesa de eleições livres na Venezuela.
Corina Machado surpreendeu-se e declarou-se "honrada" por este prémio que agradeceu em nome dos venezuelanos e dedicou o Nobel ao presidente dos Estados Unidos da América (EUA).
Machado venceu as primárias da oposição, em 2023, mas foi impedida de se candidatar pelas autoridades venezuelanas às presidenciais de 2024. Tal como muitos opositores a Maduro, Corina Machado foi alvo de ameaças por parte do regime de Nicolás Maduro.
Esta líder da oposição foi substituída na corrida presidencial contra Maduro por Edmundo González, que, depois da noite eleitoral, vive em regime de exílio em Madrid, Espanha.
Desde que liderou manifestações contra o Governo de Maduro, é desconhecida a morada da líder de oposição, mas há indicações de que permanece na Venezuela, em local desconhecido.
O regime de Maduro tem resistido às sucessivas pressões tanto internas, como de líderes externos, mas este prémio pode ter impacto. A oposição venezuelana ganhou-se esta sexta-feira maior visibilidade internacional.
Para além deste Nobel, Maria Corina Machado já tinha sido galardoada, em 2024, com o prémio Sakharov atribuído pelo Parlamento Europeu, homenageada por ativamente promover a liberdade de pensamento e a democracia.