14 out, 2025 • Anabela Góis , Diogo Camilo
As autárquicas deste domingo viram eleições decididas por margens pequenas, que podem levar a recontagens, e até empates em alguns casos, que levarão a novas eleições. Em Braga, por exemplo, o PS já avisou que irá usar todos os mecanismos legais ao seu dispor para que não restem dúvidas sobre quem venceu.
A coligação Juntos por Braga - do PSD, CDS e PPM - ganhou as eleições para a presidência da câmara municipal por uma diferença de apenas 276 votos, enquanto a coligação Somos Braga, do PS e do PAN, teve apenas menos 0,26%. Esta diferença muito reduzida levou os socialistas a pedirem o apuramento dos resultados das eleições.
Dizem que é uma diligência habitual, sempre que a distância entre as duas candidaturas justifica uma reapreciação cuidadosa e detalhada, de forma que não subsistam dúvidas e se reforce a segurança e a certeza dos resultados apurados.
Quando a Assembleia de Apuramento-Geral terminar de analisar todos os votos protestados e nulos, um processo que começou esta terça-feira e deve estar concluído num prazo máximo de 10 dias, embora seja habitual estar fechado ao fim de três dias , altura em são publicadas as atas com os resultados definitivos das eleições.
Mas atenção que só são analisados os votos considerados nulos ou protestados, os restantes ficam como estão.
Não é bem assim. Já houve casos que ditaram a mudança do presidente da Camara. Aconteceu, por exemplo, em Loures e em Vila Real de Santos António mas já foi há muito tempo, nos anos 90 do século passado. Em ambos os casos o presidente eleito passou a ser outro depois de analisados todos os votos nulos e protestados.
Costuma dizer-se que por um voto se ganha, por um voto se perde e foi exatamente o que aconteceu num total de 10 freguesias: Bandeiras e Norte Pequeno nos Açores, mas também em Pinhanços, na união de freguesias de Mizarela, Pêro Soares e Vila Soeiro; em Abrunheira, Verride e Vila Nova da Barca, no concelho de Montemor-o-Velho; em Lusinde, no concelho de Penalva do Castelo; em Lindoso, no concelho de Ponte da Barca e em Meirinhos, no concelho de Mogadouro.
Se falarmos em câmaras, houve várias decididas por menos de 50 votos: Santa Cruz das Flores, nos Açores, por sete votos; em Caminha, por 30 votos, ou em Vila do Bispo, no Algarve, onde o PSD venceu o PS, por 44 votos.
Mas termos de percentagem, a margem mais curta ficou em Loulé, também no Algarve: o PS venceu a coligação de PSD, CDS e IL, por apenas 0,26% do universo que votou.
Aconteceu em 5 assembleias de freguesia, todas no Norte do país. São elas Arcas, Lamoso, Lara, Cabreiro e Vila Marim. Nestes casos, duas forças políticas tiveram o mesmo número de votos.
Para resolver o impasse serão agora verificados os votos nulos. Se o empate persistir, terá de haver nova eleição, no prazo de duas semanas, ou seja, até ao dia 26 de outubro. Sendo que a data da nova eleição é escolhida pelo presidente da junta de freguesia ainda em funções.