23 out, 2025 • Alexandre Abrantes Neves
No Explicador Renascença desta quinta-feira, falamos sobre um tema que interessa a todos: dinheiro. Mais especificamente sobre poupanças, isto porque foram conhecidos dados surpreendentes sobre os Certificados de Aforro.
Atingiram um máximo histórico desde que foram criados, em 1960. Valem agora mais de 39 mil milhões de euros, segundo as contas do Banco de Portugal.
Há cada vez mais pessoas a querer aplicar o seu dinheiro neste produto disponibilizado pelo Estado. Por exemplo, só em setembro esse número cresceu mais de 15% em relação a igual período do ano passado. Foi o maior crescimento dos últimos 17 meses, desde abril de 2024.
Desde logo, este crescimento estará relacionado com a subida nas taxas de juro destes produtos, depois de descidas ligeiras - mas consecutivas - desde abril. Em setembro a taxa regressou às subidas e voltou a fixar-se acima dos 2%.
Em sentido contrário, a remuneração dos depósitos a prazo está cada vez mais baixa. Em setembro, voltou a descer pelo 20.º mês consecutivo. Ronda os 1,3%, o valor mais baixo desde agosto de 2023.
Contas feitas, trata-se de uma diferença de sete décimas nas taxas de juro. Pode não parecer muito, mas a verdade é que tem tornado os Certificados de Aforro cada vez mais populares.
A principal passa pela digitalização dos Certificados de Aforro mais antigos, que começa em novembro e que deve ser feita num prazo de cinco anos.
Isto diz respeito às séries lançadas há mais anos - as séries A, B, C e D.
Apesar desta transição para certificados digitais não ser obrigatória, é altamente recomendável.
Isto porque, se não for feito, ao final dos cinco anos o dinheiro é automaticamente transferido para uma conta bancária e deixa de valorizar consoante as taxas de juro dos Certificados de Aforro.
Nalguns casos, essa taxa é superior a 4% e isso não se encontra em nenhum banco, em produtos com risco reduzido.
Não, há também os Certificados de Tesouro. Ficaram mais conhecidos na altura do concurso televisivo da Fatura da Sorte, em que eram sorteados milhares de euros em Certificados de Tesouro entre os contribuintes que pedissem fatura com Número de Contribuinte.
Nos últimos meses, a utilização deste produto tem registado uma quebra. Em agosto, desceu, por exemplo, 17,2%, a maior queda desde maio do ano passado.
A explicar esta situação pode estar o facto de estes produtos terem regras mais rígidas, em comparação com os Certificados de Aforro. Exigem, por exemplo, um investimento mínimo de mil euros e têm um prazo fixo de sete anos.