12 mai, 2025
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, convidou os cientistas norte-americanos ameaçados pelas políticas de Donald Trump a mudarem-se para a União Europeia. Para isso, Ursula von der Leyen prometeu-lhes maiores incentivos financeiros, contratos mais longos, menos burocracia e um compromisso legal de respeitar a sua liberdade de investigação.
O que se passa nos EUA? Os cortes radicais no orçamento federal decididos por Trump privaram as agências científicas, as instituições de investigação e os centros médicos de milhares de milhões de dólares em subsídios. Muitos dos programas afetados exigem um financiamento fiável e estável, que assim é eliminado.
Por outro lado, Trump lançou uma campanha contra as universidades de elite para desmantelar os seus programas de diversidade, ameaçando cortar o financiamento federal e alterar os seus regimes fiscais. Percebe-se que exista na direita americana uma crítica às universidades. De facto, em várias dessas universidades os alunos têm impedido que oradores convidados tomem a palavra porque discordam das suas posições políticas.
Só que esta recusa quanto a ouvir pessoas cujas opiniões não coincidem com as nossas exige mais abertura à diferença e mais liberdade de expressão, não menos. Seria uma ilusão esperar de Trump e dos seus seguidores tal atitude de abertura de espírito.
Como se explica a hostilidade à ciência por parte de Trump e dos seus seguidores, muitos deles com qualificações académicas elevadas? Trata-se da mesma hostilidade que, por exemplo, alega que as vacinas provocam autismo, algo que a experiência de muitos anos desmente.
Talvez seja uma reação contra o pensamento científico, rigoroso e exigente, por gente que pretende ser diferente com pouco esforço intelectual. Por isso os chamados intelectuais são detestados por Trump. Esperemos que este absurdo regresso à mentalidade pré-científica não traga desastres maiores.
Francisco