19 mai, 2025
A violência mortífera dos ataques de Israel em Gaza e também na Cisjordânia não pode surpreender ninguém. Há dias em que os militares israelitas matam mais de uma centena de palestinianos em Gaza.
Israel dirá que não visa os palestinianos, mas que os terroristas do Hamas se escondem atrás dos civis palestinianos. Então, se um criminoso, fugindo à polícia, se rodear de civis inocentes, os seus perseguidores teriam autorização para disparar matando vários civis para capturarem o criminoso.
As polícias dos países democráticos não o fariam, claro. Mas Israel não considera os palestinianos pessoas humanas. Os políticos israelitas dizem que eles são “animais humanos”, cujos prisioneiros deveriam ser todos mortos com tiros na cabeça.
Os judeus foram vítimas do terror nazi, que os considerava sub-humanos. Agora Israel vinga-se, considerando os palestinianos uma raça inferior, que deve ser eliminada, se não da terra, pelo menos de Gaza e da Cisjordânia.
Não é só a tiro e à bomba que se eliminam palestinianos. Israel não deixa entrar em Gaza ajuda humanitária. “Há muita gente a morrer de fome em Gaza”, reconheceu Trump, presidente dos EUA. A ONU alertou para quase meio milhão de pessoas que se encontram ali numa situação catastrófica de fome.
Não vale a pena ter ilusões quanto ao que o governo israelita de extrema direita pretende: expulsar os palestinianos de Gaza e eliminar muitos deles. Perante o óbvio, a maioria dos países europeus, incluindo Portugal, finge que o atual poder político israelita é um governo normal e que Israel apenas se defende dos seus mortais inimigos.
Não é uma situação aceitável num governo que se diz democrático.