26 mai, 2025
Na semana passada, em Washington, dois funcionários da embaixada de Israel foram mortos a tiro por um atirador que gritou “Palestina livre”. Este crime, além de matar duas pessoas que preparavam o seu noivado, longe de favorecer os palestinianos, apenas reforçou a repressão violenta de Israel em Gaza.
Dias antes, Netanyahu, em conferência de imprensa, foi claro quanto à sua intenção de forçar a expulsão dos palestinianos de Gaza, para depois ali construir a “Riviera do Médio Oriente”, projeto apresentado há meses por Trump.
As brutalidades de Israel em Gaza têm o objetivo oficial de eliminar o movimento terrorista Hamas. Mas torna-se impossível não ver aí o desejo de Netanyahu de afastar os palestinianos do território, obrigando-os a fugirem para o Egito e outros países.
Netanyahu precisa de se manter como primeiro ministro para se livrar de problemas com a justiça – e para isso é conveniente o clima de guerra contra o Hamas, que no fundo implica a hostilidade aos palestinianos. Do governo de Netanyahu fazem parte extremistas radicais, que advogam a limpeza étnica. Atentados anti-israelitas como o de Washington só reforçam o extremismo em Israel.
É certo que, muito por causa da violência israelita em Gaza, se têm multiplicado recentemente os protestos contra Israel. “Como é possível calarmo-nos perante um extermínio e uma limpeza étnica em curso na Faixa de Gaza?”, questionou a líder da bancada socialista no Parlamento Europeu.
O ministro israelita dos Negócios Estrangeiros afirmou que “o Hamas é o único responsável pelo sofrimento de israelitas e palestinianos”. E que atentados como o de Washington acontecem “quando os líderes do mundo se rendem à propaganda política palestiniana e a usam para culpar Israel em vez do Hamas”. Ou seja, Netanyahu está isento de culpas.
Enquanto Netanyahu precisar de hostilizar os palestinianos, mantendo-se à frente do governo, Israel continuará a ignorar as críticas estrangeiras à sua atuação.