30 mai, 2025
Trump tencionava aplicar tarifas de 50% sobre os artigos da União Europeia importados pelos EUA a partir de 1 de junho. Mas um telefonema da presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen convenceu-o a adiar para 9 de julho a efetiva aplicação daquelas tarifas, assim dando tempo a negociações entre os EUA e a União Europeia (UE).
Se as negociações correrem bem, aquelas tarifas de 50% passarão a ser bem mais baixas. Aguardemos.
Esta cena passada com a presidente da Comissão Europeia aconteceu também com outros países, como o Reino Unido ou a China. Trump avança com tarifas elevadíssimas, mas logo recua, sobretudo quando as bolsas dos países atingidos entram em campo negativo.
É certo que Trump não gosta dos europeus nem da UE. Na sua ignorância, desconhece que os EUA incentivaram a integração europeia, desde logo levando os europeus a gerirem em comum o auxílio financeiro americano, depois da segunda guerra mundial.
Naturalmente que estes recuos de Trump são bem vindos. Mas as incertezas com sucessivos números quanto ao valor dos direitos aduaneiros não podem deixar de provocar desistências nas decisões empresariais de exportar e, antes disso, de investir – o que leva a uma inevitável travagem da atividade económica.
Por isso se insiste em que os países europeus necessitam de encontrar novos mercados, substituindo, pelo menos em parte, o grande mercado americano. O que não é tarefa fácil.
Por outro lado, ainda mais grave do que a incerteza que paira sobre o comércio com os EUA, sejam as dúvidas que envolvem a ligação de Washington à Europa em matéria de defesa. Ninguém garante que, com Trump na Casa Branca, os americanos cumpram os seus compromissos no quadro da NATO. O que coloca à Europa o imperativo de assumir a sua própria defesa.