Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
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​A Polónia travada pela extrema direita

04 jun, 2025 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


De novo um presidente de extrema direita limita a afirmação da Polónia no quadro internacional. O primeiro-ministro não dispõe dos votos necessários no parlamento para ultrapassar os vetos presidenciais.

Na madrugada de segunda-feira, 2, soube-se que Karol Nawrocki tinha sido eleito presidente da Polónia por uma diferença mínima de votos. É assim de prever que o governo polaco do primeiro ministro Donald Tusk continue a ver bloqueadas várias medidas que o anterior presidente vetara. Tusk anunciou ir apresentar uma moção de confiança.

É pena, porque a economia da Polónia tem evoluído de maneira notável. O primeiro ministro Tusk não dispõe no parlamento dos votos necessários para ultrapassar os vetos presidenciais.

Desde 1995 o rendimento por cabeça dos polacos mais do que triplicou, que por isso deixaram de emigrar. A economia polaca cresceu cerca de 4% ao ano desde aquela data.

O crescimento económico polaco permitiu ao país dedicar à defesa mais de 4% do PIB. A Polónia dispõe hoje das terceiras maiores forças armadas da NATO e prepara-se para gastar em defesa no próximo ano cerca de 5% do PIB. A Polónia tem uma longa fronteira com a Rússia e na sua história foi duas vezes invadida por forças estrangeiras.

Enquanto a ajuda americana à Ucrânia enfraquece, a Polónia mostra-se um decidido apoiante dos ucranianos, ao contrário de países como a Hungria ou a Eslováquia.

Veremos até que ponto um presidente de extrema direita, tal como o anterior, irá limitar a afirmação económica e política da Polónia no quadro internacional.

Comentários
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  • Nem tudo é mau
    04 jun, 2025 Varsóvia 08:19
    Uma coisa boa, é que como todos os polacos, odeia a Rússia. Não é de esperar quebra no apoio à Ucrânia, nem diminuição do empenho militar contra a Rússia, ao contrário dos mete-nojo da Hungria e da Eslováquia, dois cavalos-de-Tróia da Rússia, a laborar no nosso seio.