06 jun, 2025
No dia 16 de maio a agência de notação financeira Moody’s retirou a dívida federal dos EUA do habitual triplo A. Esta descida de um degrau na dívida americana compreende-se: no ano passado o governo federal endividou-se num montante equivalente a quase 7% do PIB americano. E o défice orçamental dos EUA preocupa os investidores.
Naturalmente, o juro pago pelos EUA pela sua dívida subiu. A dívida a trinta anos pagou um juro de 5,1%, o valor mais alto desde 2007.
As finanças públicas dos EUA suscitam apreensões em muitos detentores de dívida federal americana, perante a forte subida da dívida federal e as incertezas provocadas pela guerra comercial iniciada por Trump.
O semanário The Economist dedicou o seu número da semana passada às finanças dos EUA e aos riscos decorrentes de uma série de novidades financeiras. Diz o Economist que o sistema financeiro americano mudou muito nas últimas duas décadas e que é um sistema excecional, só que, sob Donald Trump, é também excecionalmente perigoso.
A preocupação central está em saber se as novidades financeiras irão, ou não, desembocar numa nova crise, como foi a de 2008. E o mundo nunca como agora esteve tão exposto aos problemas financeiros dos EUA, até porque cada vez mais estrangeiros detêm dívida americana. Na última década duplicou o volume de títulos da dívida dos EUA nas mãos de investidores estrangeiros.
O estilo de governação de Trump não ajuda à confiança. As suas frequentes irritações públicas, a maneira como tentou justificar as elevadas tarifas aduaneiras, e também as mudanças de opinião do chefe de Estado dos EUA não tranquilizam os investidores externos do país. O dólar já se ressente.
Francisco