Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
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​A Alemanha e a ameaça russa

13 jun, 2025 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


Quem está a levar a sério a trágica situação na guerra entre a Rússia e a Ucrânia é o novo governo da Alemanha. O governo alemão quer que as suas forças armadas sejam as mais poderosas da Europa.

A paz entre a Rússia e a Ucrânia está mais longe. A Rússia tem aumentado a ferocidade dos seus ataques às cidades da Ucrânia. Por sua vez, os ucranianos lograram destruir alvos russos a longa distância, como aviões a jato e bombardeiros a 4 mil quilómetros no interior da Rússia, ou uma ponte ligando a Crimeia ao território russo. Consta que aquela brilhante operação militar, que levantou o moral das tropas ucranianas, levou um ano e meio a planear, em rigoroso segredo que a espionagem russa não conseguiu descobrir.

A Rússia continua a fazer exigências à Ucrânia para avançar com um cessar fogo. Exigências que a Ucrânia não pode aceitar, uma vez que tal seria uma confissão de derrota. As promessas de Trump de que acabaria com esta guerra em 24 horas e os seus sucessivos elogios a Putin não resultaram em passos positivos no sentido da paz. Pelo menos foi possível trocar prisioneiros, nomeadamente soldados jovens e também soldados doentes.

Quem está a levar a sério a trágica situação na guerra entre a Rússia e a Ucrânia é o novo governo da Alemanha. Neste país ainda subsistem alguns abrigos do tempo da II guerra mundial, mas o governo do chanceler federal (primeiro-ministro) Friedrich Merz entendeu não serem suficientes na eventualidade de uma agressão russa e decidiu multiplicar abrigos modernos para acolher civis em caso de ataque.

Por outro lado, a Alemanha montou uma brigada de blindados que enviou para a Lituânia. É a primeira vez desde a II guerra mundial que a Alemanha desloca para fora do seu território forças armadas permanentes.

Tendo eliminado uma norma constitucional que impunha um travão na despesa pública, os alemães preparam-se para que o seu Bundesweher seja o mais poderoso exército da Europa. Para já, a Alemanha ultrapassou os 2% do seu PIB com despesas no sector da defesa.

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  • Boa, Alemanha
    13 jun, 2025 E o resto da Europa deve fazer o mesmo 09:58
    A Rússia não quer a Paz, quer a Ucrânia, e só uma barragem de fogo de armas pesadas e começar a fazer as hordas russas recuarem em território ucraniano, fará Putin pensar seriamente em negociar. Enquanto a Rússia mantém uma farsa negocial e propostas - se é que se pode chamar propostas a ultimatos - que sabe serão recusadas, mantém a ofensiva. Isto não é de quem quer a Paz, é de quem quer Guerra. A Alemanha prepara-se e o resto da Europa - excluindo os mete-nojos da Hungria e Eslováquia - deve fazer o mesmo, agora que os EUA deixaram de ser parceiro fiável, para serem os novos "melhores amigos" dos Russos...