24 set, 2025
O mundo tem conhecido muitas e variadas teorias sobre a população. Ficou célebre a teoria pessimista de Malthus, no final do século XVIII – os meios de subsistência crescem menos do que o crescimento da população, logo é necessário travar o crescimento populacional.
Mas no século XIX a população mundial aumentou muito e esse crescimento demográfico não foi causador de miséria. Miséria que existiu quando as pessoas abandonavam a agricultura e eram exploradas pelas empresas industriais nascentes. Era a “questão social”.
O pessimismo demográfico não despareceu, apesar de entre 1800 e o nosso tempo a população mundial se ter multiplicado por oito ou mais e as economias se terem desenvolvido muito. Até há pouco ouviam-se apelos dramáticos à travagem do crescimento populacional, sob pena de as pessoas não terem que comer.
Hoje, porém, o que é preocupante é o inverso: a população tende a estagnar e depois a decrescer. O semanário The Economist dedicou recentemente um número a esta problemática.
A taxa de fertilidade – o número de filhos por mulher – tem baixado praticamente em toda a parte, não obstante inúmeras campanhas de promoção de natalidade. Calcula-se que a taxa de fertilidade deve ser de pelo menos 2,1 bebés por mulher para a população não diminuir. Ora dois terços da população mundial vivem em países onde essa taxa mínima não é alcançada, como é o caso de Portugal.
Para Elon Musk baixas taxas de natalidade provocarão o fim da civilização. O Economist não é tão dramático, mas não ignora os problemas que o declínio da população irá provocar. Basta pensar que daqui a algumas décadas haverá menos pessoas a descontar para a reforma de uma população envelhecida.
E menos população irá trazer menos crescimento económico. Mas não é o fim do mundo. “Um mundo com menos gente não será totalmente negativo” escreve o Economist. Importa é que se comecem a enfrentar os problemas decorrentes de uma população diminuída, para afastar ou pelo menos atenuar os efeitos negativos desse declínio demográfico.