10 out, 2025
Num artigo sobre o crescente número de drones aparentemente lançados pela Rússia, o semanário The Economist publica um mapa da Europa, assinalando os mais recentes ataques – se é que se lhes pode chamar assim. Nesse mapa os dois países da Península Ibérica, Espanha e Portugal, não terão sido alvo destes ataques híbridos. O mesmo acontece com a Irlanda.
Será porque estes três países são os geograficamente mais afastados da Rússia? Talvez, mas seria irresponsável da nossa parte concluir que Portugal, bem como a Espanha e a Irlanda, estariam livres destes ataques híbridos.
Faz parte destes ataques lançarem a dúvida sobre quem são os seus autores, embora pareça altamente provável que a Rússia seja a origem deles. O facto é que estes ataques têm aumentado.
Interessa aos russos manter a dúvida. Há países atingidos que não hesitam em apontar os russos como os autores dessas intervenções e outros que evitam acusar os russos. Fala-se, agora, da possibilidade de alguns ataques terem origem em navios russos.
O ministro alemão da Defesa, Boris Pistorius, aconselha prudência, de modo a que os aliados não caiam numa escalada armadilhada. Ou seja, os russos jogam nas diferentes opiniões ocidentais sobre esta matéria, apostando em eventuais divisões entre os países da NATO.
Os países da NATO não estão assim em guerra, mas não estão em paz. Uma situação incómoda. Como referia um analista, frequentemente coloca-se aqui um dilema: se a reação do país atingido for forte, arrisca-se a ser excessiva, e se for fraca o país atingido arrisca-se a perder credibilidade.
Nem guerra nem paz, portanto.