02 jun, 2025
O ataque deste fim de semana contra apoiantes dos reféns israelitas em Boulder, no estado norte-americano do Colorado, é "um bom exemplo" de como o mundo não "terrivelmente mais violento", defende Henrique Raposo.
No habitual comentário n' As Três da Manhã, lembra que "não houve mortes nesse ataque" e que os tiroteios em massa, "uma imagem de marca da sociedade americana nos últimos anos está a zero este ano".
Por outro lado, a guerra na Palestina é outro exemplo de como aquilo que se vê e lê e ouve na comunicação social tem escassa adesão com a ideia de um mundo mais violento e com a dimensão da perda em vidas humanas: "neste momento, segundo o Hamas - e isso é como seguir a guerra da Rússia só ouvindo o Putin - há 50 mil mortos. Na Síria, há pouco tempo tiveste 600 mil, no Iraque, os números são impossíveis de calcular mas há quem fale num milhão, no Afeganistão, 200 mil, no Sudão, 150 mil, no Iémen, 400 mil", enumera Raposo, para fundamentar a ideia de que existe alarme mediático em relação aos factos.
Outro exemplo, continua o jornalista e autor, é a Europa, onde "há décadas que não tínhamos um terrorismo tão baixo, tão tímido, tão pouco mortífero".
"Houve a vaga do terrorismo esquerdista, a vaga do terrorismo independentista, a vaga do terrorismo islamita... a notícia é boa e é por não haver, e portanto as televisões não pegam", acrescenta.
Outro exemplo assinalado pelo jornalista e autor é "a ideia do fim do mundo, dos desastres naturais, de que a natureza está zangada connosco. O número de mortos de baixas humanas provocadas por desastres naturais nunca estiveram tão baixos desde os anos 60, em que morreram mais pessoas no mundo inteiro em terramotos, cheias e incêndios, do que em todas as décadas que seguiram até agora".