09 jun, 2025 • Sérgio Costa , João Malheiro
Henrique Raposo aponta que a violência doméstica "é a ponta de lança criminosa e ilegal de uma cultura orgânica que está por todo o lado".
No seu espaço habitual de comentário, Raposo que esta cultura assenta numa coisa: "os homens sentem que estão aqui para serem servidos pelas mulheres".
"O que se está a passar em Portugal e em outros países é que elas estão a dizer não. Os homens estão iguais. Quem está a mudar são as mulheres", refere.
Henrique Raposo dá exemplos que "contados ninguém acredita" que comprovam as dificuldades impostas às mulheres. Primeiro, o caso de 85% dos cuidadores informais em Portugal serem mulheres.
O comentador Renascença sublinha que, na dinâmica familiar, "quem sacrifica os seus sonhos e a sua vida sentimental é ela, não é ele".
Por outro lado, os homens costumam pedir mais vezes o divórcio, quando a mulher fica com cancro: "Não estão para servir alguém que ficou danificado", critica.
Henrique Raposo realça, ainda, que a mulher não costuma ser punida no mundo laboral por ser mulher... até ao momento em que fica grávida. "É aí que o salário, o acesso a cargos de topo cai a pico. É punida diretamente no mercado de trabalho", afirma.
O último exemplo é o caso de haver mais suicídios entre homens viúvos do que mulheres: "Aos 60 anos, 70 anos, um homem que nunca fez nada e, de repente, tem de lidar com a lide doméstica, fica desorientado", aponta.