16 jun, 2025 • André Rodrigues , João Malheiro
Henrique Raposo aponta que a adesão à religião, nomeadamente ao cristianismo, está a subir.
No seu espaço habitual de comentário, "Contado Ninguém Acredita", Raposo aponta que a narrativa da Europa pós-cristã "está a perder tração na realidade".
"Estamos a assistir a uma coisa que é inesperada. A adesão à religião estava em queda desde o início do século e estancou. Agora, está mesmo a subir", refere.
A pandemia da Covid-19 foi o momento-chave para a inversão desta tendência. O comentador da Renascença indica que, de acordo com os motores de busca, as pessoas procuraram muito duas palavras durante a pandemia: "cristianismo" e "bíblia".
A tendência não se verifica só na Europa de leste - que nunca deixou de ser religiosa - mas também na Europa ocidental, como França e Alemanha.
"São números recorde em Inglaterra e França. Em Inglaterra, os católicos vão superar, em breve, os anglicanos", conta.
Henrique Raposo estabelece, ainda, um paralelo entre os dias de hoje e o início do século XX, um "período muito parecido ao nosso".
"O comércio internacional, a tecnologia, a ciência, a medicina dominaram a consciência das pessoas durante décadas. E houve um momento em que as pessoas voltaram à religião", sublinha.
"É um processo parecido. As pessoas procuram respostas interiores que não encontram na ciência e na tecnologia", acrescenta.
Para Henrique Raposo, isto é uma das razões que prova que a esquerda "devia ser mais crítica da imigração", porque, ao abrir fronteiras, "vais atrair pessoas mais conservadoras e religiosas".
Concluindo, o comentador realça outro pormenor que pode contribuir um abismo de género: Os homens estão a ficar mais religiosos que as mulheres.