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Economia não é um tema apetecível para o combate político

João Duque

Economia não é um tema apetecível para o combate político

06 mai, 2025 • Sérgio Costa , Olímpia Mairos


O comentador analisa a desaceleração no crescimento verificada no 1.º trimestre de 2025.

O comentador da Renascença João Duque nota que o tema da economia não é apetecível na campanha eleitoral porque não está mal.

“Aqui, o Governo não é muito fraco. Acho que os adversários do Governo, os outros partidos, não sendo uma área muito frágil, preferem atacar outras áreas onde a fragilidade é mais, aparentemente, patente, nomeadamente as questões dos casos, aquelas histórias das empresas do primeiro-ministro, etc.”, aponta.

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Duque acrescenta que os partidos políticos “vão por aí e menos pela economia, porque sentem que pela economia” é mais difícil, uma vez que “os portugueses acabam de ter mais dinheiro na algibeira, gastam mais. Como é que vão convencer as pessoas a dizer que isto está mal?”

Apesar de os últimos dados do INE mostrarem que há uma desaceleração no crescimento, isto, depois de uma evolução muito positiva, no final de 2024, o professor universitário entende que também não é tema apetecível para o combate político.

“Pode entrar-se um outro campo:este sinal do primeiro trimestre deve levar a que o Governo seja mais conservador? Mas isso também não é uma medida que interessa ninguém dizer. Então, agora, na campanha eleitoral, vamos prometer menos. Não. É um tema que é tabu nas campanhas. Nem a oposição vai dizer que eu, se fosse ao senhor, seria muito mais conservador, porque o futuro é tenebroso, portanto, ninguém vai fazer isso”, explica.

No seu espaço de comentário n’As Três da Manhã, Duque diz que a desaceleração no crescimento, verificada no 1.º trimestre de 2025, pode dever-se ao facto de o 4.º trimestre de 2024 ter sido excecionalmente bom e “nem o Governo estava à espera de uma novidade daquelas”.

“E este crescimento é muito provável que esteja relacionado com algumas medidas que o próprio Governo tomou e que incentivaram imenso, deram imenso rendimento disponível aos portugueses, que depois o aplicaram em duas áreas: alguma poupança, mas também bastante consumo”, explica, sublinhando que foi um 4.º trimestre em que “os portugueses, sentindo que tendo mais dinheiro, conseguiram consumir mais e isso, depois, reflete-se imediatamente no crescimento”.

A concluir, o economista nota ainda que, apesar da desaceleração face ao correspondente primeiro trimestre de 2024, “crescemos 1,6 e, portanto, estamos a crescer dentro daquilo que é o normal para o crescimento da economia portuguesa, que não é muito acima, nem muito abaixo”.

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