20 mai, 2025 • Sérgio Costa , João Malheiro
João Duque considera que PS e AD "têm de se aproximar" para tentar negociar um Orçamento do Estado que "tenha em conta a realidade económica que é imprevisível".
No seu espaço habitual de comentário n'As Três da Manhã, o economista defende que é preciso "cuidado e algum juízo" e aconselha "cuidado com os extremismos e os excessos".
"As agências estão a começar a rever em baixa as previsões. Sabendo que o próximo instrumento é o OE para 2026 é preciso muito cuidado", realça.
O comentador da Renascença aponta para o Chega como uma força política que tem "promessas eleitorais que, sendo muito generosas, não têm em conta a realidade portuguesa".
Questionado se a AD deve olhar para a sua direita e negociar medidas com o Chega, João Duque refere que as promessas atirariam o OE para "um défice entre 6% e 8,5%". Ou seja, "são propostas absolutamente irrealistas".
"Pode prometer-se aquilo que se quer porque não se tem a sensação que vai governar. Não tem as consequências de cumprir o que prometem", realça.
Por isso, tanto PS e AD, que são os partidos que "são mais razoáveis que acabam por ter sempre uma janela de esperança, mas sabem que têm problemas para resolver na prática", têm de negociar.
As eleições legislativas antecipadas de domingo, ganhas pela AD, tiveram um impacto profundo no PS. Com este resultado, o PS surge quase empatado com o Chega e, em comparação com os mesmos resultados do ano passado, também sem a emigração, perdeu cerca de 365 mil votos num ano.
O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, diz que a estabilidade passa pelo diálogo da AD com todos, mas exclui qualquer acordo formal de governação com o Chega.