07 out, 2025 • Sérgio Costa , João Malheiro
João Duque diz que o novo governador do Banco de Portugal, Álvaro Santos Pereira, deve "centrar a sua ação no sistema financeiro".
O comentador da Renascença considera que, atualmente, esta área "sente-se mais frágil e orfã", porque Mário Centeno, o governador anterior, ficou mais agarrado à intervenção económica, e "menos daquilo que é a atividade na sua essência".
O economista refere que uma das preocupações dos banqueiros é a falta de interesse dos governadores em "cuidar bem dos intermediários que cuidam do negócio", pela "amplitude da sua visão e da sua intervenção".
João Duque sublinha que a missão do Banco de Portugal é "controlar a inflação e promover a estabilidade do sistema financeiro", o que quer dizer que não tem responsabilidades "para fazer intervenção na área da política económica e orçamental".
No entanto, o especialista realça que há espaço para que as preocupações coincidam com a governação, como é o caso do mercado da habitação.
"Uma parte muito significativa dos empréstimos dos bancos estão assentes em casas e que foram usadas para caucionar esses empréstimos com um determinado valor. Se houver uma hecatombe no mercado imobiliário, a desvalorização das casa põe em causa a solidez e a garantia dos créditos, o que enfraquece os bancos", explica.