Ribeiro Cristovão
Opinião de Ribeiro Cristovão
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Contra a força não há resistência

14 mar, 2025 • Opinião de Ribeiro Cristovão


Fez muito o Vitória de Guimarães? Será bem mais correcto afirmar que fez o possível. Só foi pena que o vibrante público vimaranense não visse correspondida a sua entrega ao jogo.

O Vitória de Guimarães caiu ontem com estrondo no seu próprio estádio, incapaz de resistir à maior capacidade do Bétis de Sevilha que, aos vinte minutos de jogo, já vencia por 2-0, deixando aí praticamente arrumada a eliminatória da Liga Conferência.

Até então, o guarda-redes da formação da Andaluzia ainda nem sequer tinha tocado na bola, significando isso que o ataque vitoriano não teve capacidade de produzir uma só oportunidade de incomodar o guardião de uma baliza onde os vitorianos raramente chegaram com perigo durante todo o desafio.

Porém, isto não significa demérito da equipa representante da cidade do Fundador.

Pelo contrário, resta-lhe justificado mérito, por ter sido a primeira equipa portuguesa a entrar, esta época, nas competições da Uefa e a última sair, dando assim especial contributo para o ranking uefeiro, no qual, apesar de tudo, o futebol português ainda está longe daqueles que são os seus verdadeiros objectivos.

O Vitória de Guimarães que havia somado, até ontem, treze desafios consecutivos sem perder, somando dez vitórias e três empates, soçobrou perante uma equipa mais forte, com jogadores capazes de desequilibrar, entre os quais avultam Isco e Antony, os quais já têm, inclusive, títulos de campeões europeus, vestindo outras camisolas.

O Bétis, que ocupa o sexto lugar no campeonato espanhol, e que venceu ainda há não muito tempo Real Madrid e Las Palmas, deixou ontem bem à vista, em Guimarães, a qualidade que não fora capaz de exibir há uma semana, no seu próprio estádio, em Sevilha, onde concedeu um empate ao representante português.

E, de resto, se olharmos para a capacidade financeira dos dois clubes, verifica-se que se o orçamento anual dos minhotos ronda os 25 milhões de euros, os andaluzes ultrapassam os 185 milhões, o que deixa à vista mais uma demonstração daquilo a que podem aspirar uns e outros em qualquer circunstância.

Fez muito o Vitória de Guimarães? Será bem mais correcto afirmar que fez o possível.

Só foi pena que o vibrante público vimaranense não visse correspondida a sua entrega ao jogo, e o apoio frenético que lhe prestou desde o primeiro silvo do árbitro dos Países Baixos.

Agora o Vitória fica entregue à tarefa de continuar o bom campeonato interno que vem protagonizando, no qual ocupa o sexto lugar da classificação, com a perspectiva de poder subir até ao quinto, garantindo assim a sua presença nas competições europeias do próximo ano.

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