Ribeiro Cristovão
Opinião de Ribeiro Cristovão
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Fazer contas à distância

02 mai, 2025 • Opinião de Ribeiro Cristovão


Desde 1977, há 48 anos, portanto, que os portistas não viviam tempos tão medonhos.

A bola vai começar a rolar logo à noite no Dragão, para assim se assinalar o começo da antepenúltima jornada do nosso campeonato maior. Será o Futebol Clube do Porto a receber o tranquilo Moreirense, este instalado a meio da classificação, e já sem possíveis sustos à vista.

Deste Porto, que temos vindo a acompanhar com alguma surpresa, o que pode dizer-se é que continua a caminhar para o mais forte apagão da sua história recente, uma vez que a sua condição se resume ao quarto posto da tabela, e com a valia actual do Sporting de Braga a deixar entender que não vai ser muito fácil abandonar esse fosso.

A imensa família portista anda, por isso, naturalmente desconsolada e desorientada.

Desde 1977, há 48 anos, portanto, que os portistas não viviam tempos tão medonhos, juntando a essa circunstância as fracas perspectivas de que as coisas mudem a muito curto prazo.

A verdade é que há, para já, dois factores que dão força a essas ideias base: primeiro, porque a qualidade da maioria dos seus jogadores não revela qualidade suficiente para poder subir o rubicão, depois porque o seu actual treinador também não parece ser capaz de ir muito além do que tem feito até aqui, isto é, más exibições e resultados a condizer.

O jogo de logo à noite, com o Moreirense, não representa, por agora, um teste de fogo mas, se tudo voltar a correr mal, não deixará de constituir mais uma acha a atirar para uma fogueira já, de si, suficientemente incandescente.

Entretanto, indiferentes à situação de um dragão adormecido, Sporting e Benfica viram-se para outros horizontes, mais a pensar na jornada próxima na Luz, daqui por uma semana, do que propriamente e excessivamente muito preocupados com os desafios de amanhã e domingo.

Águias e leões não vão certamente perder o sono, porque Estoril e Gil Vicente, também já repousam tranquilamente na classificação, cumpridos os objectivos a que ambos se propuseram no início do campeonato.

Seja como for, este final de campeonato continua a ser o mais empolgante dos tempos mais recentes.

O vencedor final continua a ser uma incógnita, a repartição dos clubes pelo espaço uefeiro está por fazer, e até na zona inquinada das descidas há ainda muita coisa para esclarecer.

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