07 mai, 2025
Com a época a terminar, e estando ainda por conhecer o nome do próximo campeão nacional, seria natural que se alterasse o tom de muitos e entusiasmados comentadores se, entretanto, não se tivesse chegado a alguns lamentáveis excessos.
Depois do jogo entre Sporting e Gil Vicente, que todos viveram com enorme exaltação, ouviram-se declarações que, de certeza, nunca aconteceriam se o campeonato estivesse a atravessar apenas as primeiras jornadas.
E, por isso, o treinador do Sporting Clube de Portugal transformou-se na vítima preferida, porque ousou fazer declarações pós-jogo, que poderia ter evitado é verdade, mas cuja gravidade ficou muito aquém de outras que temos escutado ao longo de muitos anos, e da autoria de profissionais certamente mais credenciados.
Quem tem seguido o campeonato atentamente, reconhece com facilidade que o conteúdo da afirmação do técnico Rui Borges relativa à forma como os gilistas se entregaram ao jogo não foi diferente das proferidas por muitos outros treinadores em circunstâncias semelhantes, ou próximo disso.
Bastou seguir o embate de domingo à noite e, olhando para a forma como decorreu, para não ficar com muitas dúvidas de que a equipa de Barcelos não se empenhou da mesma forma tão determinada como em desafios anteriores.
Também por isso se recordou um certo passado em que as “malas” corriam o país de lés-a-lés carregadas de “boas razões” para ajudarem a construir certos resultados.
Verdadeiramente ofensiva foi também a maneira como alguns comentadores se têm referido ao treinador leonino, utilizando uma linguagem rasca, que não é aceitável em quem fala para milhões de espectadores e ouvintes, e atingindo proporções que apenas servem para prejudicar o próprio futebol.
O campeonato está ao rubro pelas razões mais diversas, pelo que os incendiários de ocasião são verdadeiramente dispensáveis, sendo recomendável que usem para si aquilo que têm recomendado ao treinador dos leões, ou seja, que se coibam de proferir alguns disparates de que o público tem tomado conhecimento nos últimos dias, moderando a sua linguagem.
Moderação recomenda-se pois a toda a gente, ainda que, reconhecemos, não seja fácil seguir esta recomendação.