Gozem o jogo e esqueçam o resto

O grande dia está a chegar.

Amanhã, sábado, ao fim da tarde, no estádio da Luz, quando soarem as dezoito horas, o árbitro João Pinheiro apitará pela primeira vez para dar início ao derby mais desejado dos últimos anos, com Benfica e Sporting a baterem-se pelo melhor resultado que a um deles possa abrir as portas do título de campeão nacional.

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Embora se trate do embate mais capaz de fazer sempre aumentar a expectativa e a pressão este, a disputar neste começo de Maio, vê aumentar ainda mais a tensão, que se reflete, especialmente, em alguns adeptos mais susceptíveis de provocar desordens, que repitam edições anteriores em que se registaram incidentes lamentáveis e que se revelaram fatais.

Os acontecimentos que então descambaram e que ficaram marcados pelo arremesso, há vinte e cinco anos, de um very-light que roubou a vida a um adepto do Sporting.

Era o dia 18 de Maio de 1996, e disputava-se então a final da Taça de Portugal.

Passados todos estes anos a relação entre os adeptos dos principais clubes de Lisboa em nada melhorou, antes pelo contrário. Ainda ontem corriam notícias e imagens segundo as quais um adepto do Sporting foi esfaqueado junto ao Núcleo de Setúbal, um acto de violência condenável, a que as autoridades esperamos não tenham fechado os olhos, também com o objectivo de prevenir actos de ainda piores consequências e de violência extrema que entre hoje e amanhã possam acontecer.

O desafio marcado para este sábado é muito importante e pode, inclusivé, ser decisivo para as contas finais do Campeonato mas, simplesmente, não pode nem deve ultrapassar esses limites.

As autoridades estão a desenvolver esforços para que haja respeito e tolerância, tentando sensibilizar os adeptos, todos os adeptos, para a necessidade de manterem a compostura que se exige a qualquer ser humano.