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Opinião de Ribeiro Cristovão
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Guerras do alecrim e da manjerona

09 out, 2025 • Opinião de Ribeiro Cristovão


Ainda há muito pouco tempo, todos pensávamos que o futebol português começara a trilhar novos e diferentes caminhos.

“Trata-se de uma comédia de enganos que o autor, António José da Silva, com reportório sobretudo dedicado a temas da mitologia grega, se inspira numa moda do seu tempo (1737) e, a partir daí constrói uma sátira mordaz à sociedade com caricaturas bem definidas de vários tipos. A rivalidade entre dois ranchos carnavalescos é o primeiro plano da intriga amorosa que se desenrola numa sucessão de peripécias e trocadilhos hilariantes”.

Foi nestas e outras ideias que o autor, nascido no Brasil em 1705 e falecido 34 anos depois, inventou ideias que têm atravessado centenas de anos, e ajudado a contar outras histórias semelhantes que que refletem, na perfeição, o propósito de as manter perfeitamente actualizadas.

A vida tem-nos dado disso exemplos vários. Daí que o alecrim e a manjerona prossigam um trajecto que vai manter-se no tempo, quando acontecerem casos que se lhe possam adaptar sem reticências.

É o que se passa actualmente no futebol português, sem novidade, porque as cenas com que agora nos deparamos se repetem com inusitada frequência.

Pois, no futebol, o alecrim e a manjerona acabam de entrar outra vez em campo.

E quando dizemos “outra vez” é porque estamos a lembrar-nos de sessões cómicas que aconteceram em tempos passados, que os anais registam e tornam inapagáveis.

Ainda há muito pouco tempo, todos pensávamos que o futebol português começara a trilhar novos e diferentes caminhos.

Presidentes de clube jovens, ideias novas, relações cordiais, eram indícios de que a página maldita tinha, finalmente, sido virada.

Embarcámos todos nesse navio, pondo de lado ideias de que o futuro poderia vir a tornar-se diferente.

Infelizmente, demorou pouco tempo para que o panorama se alterasse.

Aquilo a que assistimos por estes dias, mostra-nos os presidentes dos três maiores clubes portugueses envolvidos numa guerrilha que passa por acusações da mais variada ordem, para, afinal, como sempre, se tentar salvaguardar os resultados de que podem revestir-se as competições em que estão envolvidos.

É a verdadeira “guerra do alecrim e da manjerona” que voltou a instalar-se entre nós e que, tudo o indica, vai agravar-se nos próximos dias.

Os factos que se conhecem não deixam grandes dúvidas.

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