04 nov, 2025
Temos andado anos a fio a fazer a proclamação do campeonato português, acrescentando queixas segundo as quais, para além das nossas fronteiras, o mesmo não é reconhecido, reduzindo a sua dimensão a um quase campeonato suburbano.
Para além da falta de qualidade, que é evidente, temos somente três clubes que entram verdadeiramente em competição com o objectivo de ganhar, o que reduz substancialmente a dimensão que não tem conseguido atingir e que o projectam para um nível que nada tem a ver com aquele que é palpável em outros países, como são os casos, por exemplo, da Espanha, França, Inglaterra, Alemanha e Itália, isto para falar somente da mão cheia, onde não cabe mais nenhum.
Outra razão que está na base da pouca atenção que o nosso campeonato desperta por esse mundo fora, assenta na discussão quase permanente de matérias laterais ao jogo, o que o torna ainda muito menos interessante e sem motivos para que mereça destaque além-fronteiras.
E as arbitragens estão, entre nós, quase sempre no cerne da questão, o que no exterior não é normalmente digno de registo, uma vez que nesses países o mais importante é o jogo, e a qualidade dos jogadores que o praticam e, já agora, acrescente-se, também a conduta dos dirigentes que raramente se nos apresentam como figuras de destaque, pela positiva
Por estes dias acaba de se tornar conhecido um episódio ocorrido no estádio do Dragão, envolvendo o árbitro Fábio Veríssimo, responsável pela arbitragem do recente desafio entre o FC Porto e o Sporting de Braga, com o juiz de campo a acusar o clube portista de tentativas de pressão que, a confirmarem-se, têm de ser consideradas como inaceitáveis.
Os factos terão ocorrido no intervalo do jogo, durante o qual terá sido colocada no balneário de Fábio Veríssimo um aparelho de televisão projectando imagens as quais mostram que o árbitro se terá enganado em prejuízo dos azuis e brancos.
Daí a nossa conclusão segundo a qual só agora está a começar o verdadeiro campeonato português que, pelos vistos, vai prosseguir nos moldes a que já nos habituámos, sobretudo quando um dos grandes se sinta prejudicado.