02 out, 2025 • Inês Braga Sampaio , João Malheiro , Daniela Espírito Santo
O que é que é preciso para colocar Portugal na rota do cinema internacional? Sofia Noronha, fundadora da Sagesse Productions, pode ter encontrado a resposta... mas que não se pense que foi (ou é) um caminho fácil. A produtora conseguiu trazer para o país produções de peso, como um dos filmes de "Velocidade Furiosa" e a série "House of the Dragon", do universo de "A Guerra dos Tronos". As paisagens certamente ajudaram - bem como a simpatia dos portugueses - mas o resto é uma mistura de ousadia, resiliência e alguns incentivos fiscais.
Foi em plena pandemia que Sofia - que começou por ser atriz e depois se apaixonou pela produção - decidiu arriscar e criar a sua própria produtora. O arrojo, nestas coisas, é fundamental, ou não fosse esta uma profissão pejada de desafios, onde cada dia é uma gestão de crise, de equipas, de egos e uma luta contra o tempo... e o "budget". "Temos de batalhar pelo que queremos", defende Sofia, ao podcast Watch Party, onde conta alguns dos segredos dos bastidores das grandes produções hollywoodescas, mas deixa o aviso: é preciso mesmo coragem e paixão para vingar numa indústria tão competitiva.
"Na minha cabeça disse para mim: eu vou conseguir, porque sei que é isto que quero e isso não me assusta", deixa o lema, garantindo que, no final das contas, vale sempre a pena pela sensação de "orgulho imenso" pelo resultado final.
Os desafios continuaram pós-pandemia e adensam-se agora, em plena era da Inteligência Artificial e de instabilidade política - e de tarifas - num dos principais mercados do cinema, os EUA. Mesmo assim, não desiste e continua "na luta".
"Acredito sempre que os bons se mantêm, por isso não tenho medo. Acredito no meu trabalho e no que faço", garante, confessando que ainda sonha com a estatueta dourada e que acredita que é uma possibilidade, se continuar "working hard". "Ainda sonho com um Óscar. Espero que seja com um filme da minha autoria, como produtora criativa", remata.
O Watch Party é o podcast de cinema e séries da Renascença, conduzido por três jornalistas que, nas horas vagas, consomem muito conteúdo para todas as semanas darem a conhecer o que não se pode perder, com ou sem pipocas na mão. Há episódios novos todas as quintas-feiras, nas principais plataformas de podcast e no site da Renascença.