20 mai, 2025 - 10:20 • Inês Braga Sampaio
Diana Silva prefere esperar para escolher o momento mais inesquecível da carreira, na esperança de ainda não o ter vivido.
A avançada do Sporting e da seleção nacional, de 29 anos, é a convidada do primeiro episódio da segunda temporada do "Olhá Bola, Maria", o podcast de futebol feminino da Renascença. Questionada sobre o momento da carreira de que nunca se esquecerá, Diana Silva chuta para o futuro.
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"Tenho tido tanta coisa que me marca, tanto pela negativa como pela positiva, que ainda quero viver mais. Quero perceber que momento é esse", projeta.
Diana Silva foi a grande protagonista do apuramento de Portugal para o Euro 2025, ao marcar os dois golos da vitória (2-1) sobre a Chéquia, na segunda mão do play-off.
Um momento que guarda na memória com carinho: "É um êxtase muito grande de conseguirmos o objetivo. E poder ajudar a concretizar esse objetivo é sempre fantástico."
Com o Europeu à porta, a avançada assume que "o próximo passo seria passar uma fase de grupos". Algo que garante que "possível é sempre, porque no futebol não há impossíveis", mas sublinha que a seleção nacional terá de "tentar resolver cada problema a seu tempo".
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Os três problemas entre Portugal e os quartos de final são, por esta ordem, Espanha, Itália e Bélgica. Três seleções "muito difíceis", alerta Diana Silva.
"Vamos encontrar problemas diferentes em cada uma delas. São seleções que estão acima de nós no ranking da FIFA, portanto têm muito mais andamento que nós neste tipo de competições. No entanto, acho que temos qualidade suficiente, já mostrámos isso, para conseguir fazer algo positivo nesta fase de grupos", afiança.
A nível individual, Diana Silva prepara-se para trocar o Sporting pelo Benfica, de acordo com a imprensa desportiva. Será apenas o quinto clube da carreira da avançada, depois de ter sido lançada no Atlético Ouriense, o clube da sua terra, de ter passado um ano no Albergaria e de um total de oito temporadas no Sporting, com uma aventura em Inglaterra, no Aston Villa, pelo meio.
Nesta entrevista, feita antes de as primeiras notícias da sua mudança para o Benfica terem surgido, Diana Silva assume que gosta de continuar onde se sente bem, contudo, também não se deixa acomodar.
"Como sou uma pessoa exigente comigo mesma, também sinto que, se estiver a estagnar, tenho de procurar algo diferente", explica.
Na próxima temporada, haverá três equipas portuguesas na Liga dos Campeões: Benfica, Sporting e Sporting de Braga. Um motivo de orgulho para Diana Silva, que considera que é um espelho do "aumento do nível de qualidade" do campeonato nacional.
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"É muito bom, vai trazer mais jogadoras para a Liga e vai torná-la cada vez mais competitiva, o que é super positivo para Portugal", realça, sem esconder que saberá bem voltar a ouvir o hino da Champions: "É sempre especial, é por isso que todas as jogadoras lutam todas as épocas: é pelo campeonato e depois pela presença nestas competições europeias. Para mim não é diferente."
A experiência pela Inglaterra foi dura, recorda, e fê-la perder a paixão pelo futebol, pelo jogo a que foi obrigada a adaptar-se, longe da bola, e por ter coincidido com a pandemia da Covid-19. Ainda assim, Diana acredita que levou da WSL lições valiosas para a carreira.
"É uma liga que trabalha muito a resistência, a velocidade, a intensidade no treino e no jogo, e realmente beneficiei muito disso. Trouxe para cá essa intensidade de jogo e acho que se nota. Apesar de ter sido um ano complicado, aprendi imensa coisa", sustenta.
Ainda antes de ter atravessado o mar, Diana Silva já tinha completado a licenciatura em ciências farmacêuticas: "Eu sempre disse que nunca iria para fora se não acabasse primeiro o curso. Esta foi sempre a minha motivação, mesmo em momentos mais complicados."
"Arranjei sempre motivação para acabar, no sentido de ter alguma orientação para depois quando terminasse a carreira, porque é necessário termos outras bases e formações para depois dar seguimento. Infelizmente, não é como o masculino, em que eles terminam a carreira e podem fazer aquilo que bem entenderem", assinala.
De qualquer modo, a avançada considera "super importante" estudar e não apenas para ter opções de carreira.
"Deu-me também outras coisas, não foi só pelo facto de ter uma saída quando deixasse de jogar. Primeiramente, acho que me deu a resiliência de suportar as coisas, de não desistir, de voltar a tentar e conseguir concluir os objetivos. Depois, também acho que posso transferir um pouco da minha inteligência fora de campo para a inteligência que tenho dentro de campo", vinca.
Diana Silva é a primeira convidada da nova temporada do "Olhá Bola, Maria" e presença assídua nas convocatórias de Francisco Neto para a seleção nacional. Na próxima terça-feira, dia 27 de maio, terá oportunidade de assistir a um episódio do podcast em direto, na Conferência Bola Branca, com o tema "Novos Ciclos no Desporto.