O ano da afirmação foi 2016. Apontou nove golos em 25 partidas e ajudou o clube a regressar rapidamente ao futebol profissional. O BP foi campeão da terceira divisão, mas a explosão surgiu no patamar seguinte.
"De um ano para o outro, vias que estava ali a acontecer qualquer coisa”, recorda o capitão.
Apontou 13 golos em 30 jogos e o Brommapojkarna festejou uma segunda subida de divisão consecutiva. Pelo meio, ainda impressionou no Campeonato da Europa de sub-19, um viveiro de olheiros internacionais. Foi o melhor marcador da prova com três golos, ainda que a Suécia não tenha vencido qualquer partida.
No Brommapojkarna, há um golo que continua cravado na memória de Gustav e Peter Appelquist. Foi nos quartos de final da Taça da Suécia frente ao Elfsborg, um dos maiores clubes do país.
Ao minuto 82, com 1-1 no marcador, Gyökeres recebeu de costas para a baliza, quase encostado à linha lateral. Aguentou a pressão de dois defesas e desatou a correr em direção à baliza. O desfecho era inevitável.
“Atravessou-os a todos, foi um golo incrível. Estavam a saltar para cima dele, mas nunca parou e marcou o golo”, recorda o capitão de equipa. "É a minha memória preferida dele", concorda Peter.
Gyökeres não está interessado em quem está do outro lado. Naquela partida, era apenas um jovem em afirmação na segunda divisão frente a um dos maiores clubes da Allsvenskan e Peter Kisfaludy reconhece nele uma característica importante para chegar ao sucesso.
“Ele quer ser sempre o melhor e nunca fica impressionado com os nomes ou reputação dos jogadores. Não quer saber disso, vai em frente”, explica.
O avançado ainda não tinha perdido a competitividade que o distinguia no Aspudden-Tellus e continuava a odiar perder, tanto que originava discussões com namoradas.
"Lembro-me que foi de férias com a [agora] ex-namorada, que era também futebolista. Foram jogar ténis e nem sei quem venceu, mas não falaram um com o outro durante o resto do dia. E eu adoro essa mentalidade", atira Kisfaludy.
Máscara é segredo bem guardado
Gyökeres não fazia a máscara quando jogava na Suécia. Era um rapaz discreto com uma fita na cabeça. O festejo foi um acrescento recente à estrela em que se transformou anos mais tarde no Coventry City.
Ainda assim, começa a ser um símbolo também no seu país. Acompanha o crescimento de popularidade, a cada golo que marca pela seleção. Mas o avançado não revela o segredo do gesto a ninguém, nem aos mais próximos. "Já lhe liguei para perguntar o que significava", confessa Peter Kisfaludy. "Não diz. Nem aos melhores amigos", acrescenta.
"O meu filho já o foi visitar duas vezes a Portugal. Pedi-lhe para perguntar, mas ele recusa-se", explica, entre risos.