27 mai, 2025 - 11:30 • João Fonseca (entrevista) , João Pedro Quesado (texto)
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Nuno Catarino considera que "há quem não queira avançar para melhorar o futebol português". O administrador financeiro do Benfica aponta que "tem de haver alterações" no "produto", e que o clube tem "adotado uma visão institucional" para a "valorização de um espetáculo e de um produto que queremos comercializar melhor".
Questionado na 3.ª Conferência Bola Branca, o dirigente encarnado respondeu que o clube acredita "muito no futebol português" e quer "um futebol português que não seja um futebol periférico".
"Parece-nos que nem todas as instituições estão preparadas e há quem não queira avançar para melhorar o produto a nível nacional", afirmou Nuno Catarino sobre o comunicado emitido pelo Benfica após a Taça de Portugal, acrescentando querer "claramente novos rumos para o futebol português".
O administrador financeiro das águias apontou também que o "recém-eleito Conselho de Arbitragem que tem a responsabilidade de olhar para os problemas de frente e ver o que é preciso alterar", porque "não é razoável termos jogos em que se passa 20 vezes mais tempo a discutir incidências do jogo, incidências relacionadas com a arbitragem, incidências relacionadas com a total heterogeneidade da forma como o VAR atua".
Sobre as participações disciplinares anunciadas no comunicado, contra Matheus Reis, Maxi Araújo e a equipa de arbitragem da final da Taça de Portugal, Nuno Catarino explicou que o objetivo é "chamar as pessoas à sua responsabilidade".
"Falhou a equipa de arbitragem como um todo, tem um chefe que é o árbitro principal, e falhou o VAR de uma forma totalmente inexplicável", reforçou o dirigente, acrescentando que "há coisas que quando estão à vista de todos e são vistas por todos, cada um pode responder por si próprio", ironizando ainda que "são só 33 câmaras e uma equipa inteira a ver".
"O que as pessoas querem ver é o jogo", disse Nuno Catarino, reforçando a questão da valorização do futebol português: "Tem de ser um espetáculo que valha pelo espetáculo, não pelo pós-espetáculo".
"A natureza do comunicado, ele fala por si, foi pensado e foi ponderado", sublinhou o dirigente encarnado, apontando ainda que o comunicado não foi feito "à espera de um contra-comunicado" do Sporting. Sobre o caso de Matheus Reis, Nuno Catarino assegurou que "quando for ao contrário, lá estaremos para avaliar a situação".
Quanto à suspensão da participação em reuniões dos grupos de trabalho da Liga Centralização, Nuno Catarino avisou que "temos de pensar se não estamos a dar um passo para um precipício", sendo preciso "dar um passo atrás, refletir como o produto se melhora, e depois podemos dar dois passos à frente".
O responsável do Benfica sublinhou que as discussões têm de "começar pelo valor que os clubes já têm hoje em dia", e que "a forma como se distribui é talvez o menos importante", atacando que em Portugal se passa "demasiado tempo a pensar como é que vamos distribuir coisas que nem criamos".
Nuno Catarino assegurou ainda que as eleições de outubro não comprometem o plano de atingir os 500 milhões de euros em receita, já que "o projeto do Benfica passa sempre por um projeto de crescimento".
"O Benfica não está vendedor nesta altura, não estamos pressionados", realçou o dirigente, explicando que "o plano é crescer substancialmente as receitas recorrentes" com a intenção de "ganhar capacidade para reter mais tempo os nossos jogadores".
"Temos um mundial de clubes que começa daqui a duas semanas, o foco tem de estar na preparação para a época, temos jogadores que vão para as seleções para a semana, voltam, jogadores que vão para Miami", apontou Nuno Catarino, declarando esta uma "época muito atípica" em que se está a "fazer uma experiência".
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