12 jun, 2025 - 12:45 • Pedro Castro Alves
Martim Mayer, candidato às eleições do Benfica, marcadas para outubro, apresenta-se como representante do “discernimento benfiquista”, com o objetivo de devolver o clube aos sócios.
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“Trazer de volta a identidade benfiquista. Temos de devolver o Benfica aos sócios e à nação benfiquista. Regredir neste processo de aburguesamento que tem acontecido no clube, onde em certas áreas há um despesismo desnecessário e que não contribui para a vitória, e fazer uma muito melhor alocação dos nossos recursos financeiros em prol dessa vitória”, diz, em entrevista a Bola Branca.
Neto de Duarte António Borges Coutinho, antigo presidente do clube da Luz, Martim Mayer recusa os louros dos feitos do passado, mas espera dar continuidade ao legado familiar.
“Quando eu nasci, o meu avô era o presidente do Benfica, em 1973. Obviamente que o legado do meu avô marcou o Benfica, e não sou eu que o digo, até porque não tenho qualquer mérito nesse assunto, mas as pessoas têm uma grande admiração por aquilo que ele fez. Obviamente, eu tenho muita atenção ao exemplo que ele deixou e aos valores que ele transportou para o Benfica, e que são muito atuais”, sublinha.
Eleições
As eleições para o Benfica estão marcadas para out(...)
Martim Mayer enfrenta oposição de João Noronha Lopes, João Diogo Manteigas e Cristóvão Carvalho nas eleições, aguardando ainda pela decisão de Rui Costa sobre se avança ou não para uma recandidatura.
Sem atacar diretamente o atual presidente, o industrial, de 51 anos, deixa críticas à gestão da atual direção.
“Estes cinco anos, do ponto de vista desportivo, foram maus. Além disso, julgo que há falta de liderança em alguns aspetos, uma falta de coesão e de coordenação da equipa da direção do Benfica, porque, como sabemos, tem havido pessoas que se afastaram e que foram substituídas por outras. Esta instabilidade não é benéfica para se organizar e para se efetivar o trabalho que é necessário fazer”, afirma, nestas declarações à Renascença.
Caso Rui Costa decida avançar, a oposição está dividida em quatro blocos, com quatro candidatos a suceder ao atual presidente. Esta divisão poderá dispersar os votos dos sócios insatisfeitos com a gestão vigente. Ainda assim, Martim Mayer acredita que os novos estatutos vão impedir um eventual benefício e aplaude a pluralidade.
“As alterações estatutárias dos últimos meses evitam que haja essa dispersão, porque teremos sempre uma primeira volta, em que, se nenhum dos candidatos atingir mais que 50% dos votos, far-se-á uma segunda volta entre os dois candidatos mais votados. Portanto, deixa de haver essa preocupação de dispersão, sendo que, ao fim de 20 anos em que se debateu muito pouco o clube, eu vejo com muita alegria esta riqueza de surgirem diferentes propostas”, conclui.
As eleições no Benfica estão marcadas para 25 de outubro. Martim Mayer, João Noronha Lopes, João Diogo Manteigas e Cristóvão Carvalho são os candidatos anunciados. Rui Costa revela se é candidato ao Benfica após Mundial de clubes.