Bruno Lage diz que fica no Benfica "enquanto o presidente quiser"

Bruno Lage garante que não quer ser "um problema para o Benfica" e garante que, no dia em que Rui Costa sentir que já está a mais, aceitará a saída.

"Nunca serei um problema para o Benfica. (...) Quando o presidente sentir que não tem o apoio dos adeptos e eu sou o maior responsável por isso, quando o presidente sentir que sou o principal causador do rendimento da equipa, quando o presidente sentir que a minha mensagem não passa para os jogadores ou que o grupo não está comigo, ou quando o presidente sentir que não sou neste momento a pessoa ideal para o lugar, o SL Benfica só me paga até esse dia", declarou o treinador, esta terça-feira, em conferência de imprensa.

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Lage sublinha que "não [está] a despedir-[se] de nada" e que a sua motivação se mantém "sempre no máximo". Ainda assim, coloca o futuro nas mãos do presidente do Benfica.

"Temos de ser autocríticos e perceber o momento que estamos a viver, tanto dentro de campo como fora, e o que eu não quero é ser um problema para o Benfica. Sabíamos para o que vínhamos, perceberam isso desde o primeiro dia em que falámos nesta época. É dia de olhar para o que tínhamos de fazer", assume.

Ambiente "não deixou equipa tranquila"

Quanto ao jogo, Lage diz que "a equipa sabia o que tinha de fazer, mas o primeiro golo do Qarabag trouxe intranquilidade". O treinador também culpa "o momento que se vive", numa possível referência à aproximação das eleições do Benfica, a 25 de outubro, que "não ajudou".

"Não deixou a equipa tranquila para jogar", explica, embora sublinhe que, "acima de tudo, cabe fazer autocrítica".

Apesar de deixar o destino nas mãos de Rui Costa, Lage não se escusa do cargo: "Neste momento, sou treinador do Benfica. Não me ponham noutro papel. Sou treinador do benfica e eu e os jogadores estamos todos muito tristes e muito críticos com a nossa prestação."

"Responder o mais rápido possível"

Antes de aparecer em conferência de imprensa, Bruno Lage falou à Sport TV, numa entrevista rápida em que fez a análise ao jogo.

"Começámos muito bem o jogo, fizemos 30 minutos muito bons. A forma como sofremos o primeiro golo penalizou-nos um bocadinho. A equipa foi tendo algumas dificuldades em encontrar-se, em manter-se no jogo, e sofremos dois golos que nos penalizam imenso. Fica um resultado que não queríamos, numa noite que não foi feliz", assumiu.

Os golos não agradaram nada ao treinador: "O que se viu foi dois lançamentos em profundidade. No primeiro, espaços entre o Dedic e o António, um espaço enorme entre os dois. E depois uma bola nas costas com a linha a subir e a deixar gente para trás e a pôr em jogo. Mas isso vem como consequência da tentativa de reação da equipa, de forma mais emocional, para vencer o jogo, acontecem com o desgaste de correr para trás e para a frente. Não devia acontecer, mas aconteceu."

"A equipa tem de saber levantar-se. Fazer a reflexão sobre o que aconteceu e perceber muito bem o momento que estamos a viver, dentro e fora de campo, e responder o mais rápido possível", completou.