18 mai, 2025 - 15:37 • João Pedro Quesado
Max Verstappen venceu este domingo o Grande Prémio de F1 da Emília-Romanha, no circuito de Imola, em Itália, roubando mais uma vitória que se esperava ser da McLaren. Lando Norris foi o segundo classificado, superando Oscar Piastri depois de uma azar na primeira troca de pneus, e de não os trocar na segunda neutralização da corrida.
O tetracampeão, da Red Bull, concretizou o assalto logo na primeira curva, numa altura em que parecia prestes a cair para o terceiro lugar (arrancou de segundo). Verstappen lançou o carro por fora na primeira curva com uma travagem tardia, colocando-se no interior da segunda parte da chicane de Tamburello — Piastri apenas teve tempo para reagir e desviar-se, evitando um toque.
Max Verstappen foi ainda bafejado pela sorte quando o Haas de Esteban Ocon avariou logo após Lando Norris trocar de pneus. O piloto neerlandês ficou assim livre para ir às boxes tranquilamente, durante o período de Safety Car Virtual — em que os pilotos são obrigados a reduzir a velocidade em 30% em toda a pista, o que reduz o custo de uma ida às boxes, e logo na pista onde essa ida consome mais tempo. Depois disso, com cerca de 20 segundos de vantagem para Norris, apenas precisou de gerir os pneus até ao fim.
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O azar de Piastri na primeira troca de pneus, em que a roda dianteira direita demorou a sair, colocou o jovem australiano em desvantagem face ao colega de equipa Lando Norris, com a McLaren a decidir, desta vez, usar estratégias diferentes entre os dois pilotos — o britânico manteve-se sem trocar de pneus até à volta anterior à avaria de Ocon.
Oscar Piastri também seguiu uma estratégia diferente no Safety Car provocado pela avaria de Kimi Antonelli, não trocando de pneus. Isso tornou-o vulnerável a Norris no recomeço da corrida, a cerca de dez voltas da bandeira axadrezada, e a ultrapassagem não demorou muito.
A avaria do Haas de Ocon, sensivelmente a meio da corrida, baralhou o jogo para muitos pilotos — os que já tinham trocado de pneus e estavam em vantagem foram novamente às boxes, perdendo essa vantagem, porque o custo de permanecer com pneus já com 20 voltas de uso seria pior.
Esse foi o caso de Charles Leclerc, o primeiro de todos a parar. A decisão permitiu ao piloto monegasco da Ferrari abandonar o comboio de carros em que estava, tornar-se no mais rápido em pista e, assim, saltar à frente de Carlos Sainz (Williams) e Fernando Alonso (Aston Martin), passando ao quarto lugar líquido — que se teria concretizado sem haver Safety Car Virtual. Assim, foi forçado a parar de novo, parando no quinto lugar.
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Esse quinto lugar transformou-se em quarto quando Leclerc não trocou de pneus durante o Safety Car causado por Antonelli — o jovem italiano da Mercedes teve um fim de semana apagado na pista mais perto de casa. A idade dos pneus duros de Leclerc, com mais de 20 voltas no recomeço da corrida, criou o maior ponto de entretenimento nessa fase, com o Ferrari a segurar o Williams até à última volta.
Num dos ataques de Albon, Leclerc ocupou toda a pista a que tinha direito, levando o Williams para a gravilha de Tamburello. Receosa de uma penalização de cinco segundos — as novas diretrizes de combate em pista continuam a fazer das suas —, a Ferrari pediu ao seu piloto para deixar Albon passar. Só que a luta já tinha permitido a Lewis Hamilton subir ao quarto lugar.
A Williams voltou a ser a melhor das restantes equipas — até melhor que a Mercedes, este domingo —, aliando um carro com uma boa janela de performance a boas opções de estratégia. Mesmo sem as neutralizações de corrida que a ajudaram, a equipa de Grove esteve sempre a caminho de pontuar bem com os dois carros, ao contrário da Aston Martin, que tropeçou nos vários momentos de decisão estratégica depois de uma boa qualificação.
Esta foi a última vez no futuro próximo que a Fórmula 1 correu no mítico circuito de Imola, que não tem lugar no calendário de 2026, nem contrato para voltar noutro ano. A corrida no quintal da Ferrari vai ser substituída por um Grande Prémio citadino em Madrid.
A próxima corrida é já no próximo fim de semana — o Grande Prémio do Mónaco.