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Futebol Internacional

Afinal, este Brasileirão é para um principiante

27 nov, 2024 - 12:20 • Hugo Tavares da Silva

Botafogo foi ao campo do Palmeiras vencer, por 3-1, e abriu a distância para o rival para três pontos. Restam duas jornadas para a equipa de Artur Jorge confirmar o que foge desde 1995...

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Astros. Signos. Búzios. Espelhos. Evangelho. Orixás. Autos. Bulas. Dogmas. Tese. Tratado. Dados oficiais. Ciganas. Projetos. Profetas. Sinopses. Conselhos. Karma…

Chico Buarque convocou tudo isto por amor em “Dueto” e porque não, agora que o Botafogo fintou garrinchamente todas as magias negras e as nuvens chorosas, convocar as mesmas verdades e fados nesta reta final do Brasileirão?

Quando toda a gente já sentenciava a tristeza eterna para a rapaziada do Rio de Janeiro, sucumbindo à combatividade e às certezas do Palmeiras de Abel Ferreira, o Botafogo de Artur Jorge meteu três golos na Allianz Arena e assumiu a liderança do campeonato. E isto a quatro dias da final da Libertadores, contra o Atlético Mineiro, que pode dar ao “time” de Garrincha e Didi o primeiro triunfo nesse mítico torneio (é a primeira final).

A narrativa do clássico jogado na madrugada, para os estóicos portugueses que se mantiveram de olhos abertos até quase 3h da manhã, estava traçada: o Botafogo não saberia aguentar a pressão, como não aguentou na época passada, quando chegou a ter mais 14 pontos do que o “verdão”. Mas a história foi outra.

O Palmeiras, com os eclipsados Rony, Raphael Veiga e Felipe Anderson, só vivia das correrias do mago e juvenil Estevão pela direita. O “fogão”, que também não desfrutou muito da arte de Luiz Henrique, teve em Gregore, Igor Jesus e sobretudo Alexander Barboza os pilares da vitória que não deixa de ser surpreendente, porém que é totalmente justa.

Gregore marcou primeiro, logo aos 19’. No que parecia um canto trabalhado, o futebolista brasileiro reconheceu, ao intervalo, que estava ali por engano. O jogo manteve-se na mesma toada. O Palmeiras esticava o jogo na direita e na frente, e abusava dos cruzamentos. O Botafogo tentava um jogo mais associativo, mas lançando aqui e ali o fogoso Igor Jesus.

O poste da baliza dos visitantes tilintou. E aí se sentiu que os astros, signos, búzios, espelhos, bulas, orixás, etc, etc, estariam do lado dos cariocas. Na segunda parte, aos 70’, Marcos Rocha reagiu a um empurrão de Igor Jesus e o VAR aconselhou o árbitro a expulsá-lo, por agressão. Pareceu um exagero, Valdo no Canal 11 achou o mesmo, mas quem sabe tenha sido imprudente.

Com espaço, o Botafogo massacrou ainda mais a defesa meio perdida do Palmeiras. Richard Ríos, com a sola na bola e o caparro contra caparros, era dos poucos que combatia os operários da “estrela solitária”. Flaco López não entrou bem, esteve na cara de John Victor e esbanjou a oportunidade de empatar a partida. Convém lembrar que o empate mantinha o “verdão” na liderança. Ambos tinham 70 pontos, o que transforma esta liga numa das melhores da história.

Começou então o show de Thiago Almada e Jefferson Savarino, que fez o 2-0 aos 73’. Artur Jorge foi mexendo na equipa, refrescando-a e poupando-a para a importante final de sábado, em Buenos Aires. O 3-0 deu-se aos 89’, por Adryelson, regressado da aventura em França. Ríos, premiado pela exibição jeitosa, reduziu aos 90’+3. Três-um.

Abel parecia resignado, porém sem uma linguagem corporal que denunciasse a toalha no chão. Uma parte dos adeptos chamou-lhe “burro”, pois claro, o tradicional insulto que tanto intriga. Bom, se calhar é demasiado quando falamos do maior ou um dos maiores treinadores da história daquela entidade, certo?...

Na conferência de imprensa, na ressaca do jogo, Abel reconheceu a superioridade do Botafogo e queixou-se da arbitragem. Já Artur Jorge, que estava na co-liderança e está na final da Libertadores, teve a necessidade de dizer “estamos vivos”. E aqui nota-se o trauma recente do Botafogo.

A história continua. O Palmeiras tem pela frente Cruzeiro e Fluminense, enquanto o Botafogo pode confirmar o que não acontece desde 1995 contra o São Paulo e o bom do Internacional, que é uma equipa nova desde que Roger Machado pegou na equipa.

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