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Conferência Bola Branca

Poiares Maduro: “Futebol português tem um problema sério de competitividade”

15 mai, 2025 - 12:45 • Filipa Ribeiro , Pedro Castro Alves

A 12 dias da Terceira Conferência Bola Branca, com o tema "Novos Ciclos no Desporto", o ex-ministro e antigo presidente de comité da FIFA alerta que "o desporto é das atividades mais suscetíveis a captura por interesses criminais".

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Miguel Poiares Maduro, advogado, professor universitário, ex-ministro e antigo presidente do Comité de Governação da FIFA, considera que "Os Novos Ciclos" na Liga, FPF e COP, tema central da Terceira Conferência Bola Branca, devem ser uma “oportunidade” para olhar de forma “mais holística e sistémica” para os desafios do futebol português.

“O facto de existir uma nova geração de dirigentes, quer um novo presidente da Liga e um novo presidente da Federação Portuguesa de Futebol, mas também uma geração de novos dirigentes dos principais clubes portugueses, como no FC Porto, que tem um presidente novo, de uma geração mais jovem, ou o Sporting e o Benfica, onde os presidentes já estão há mais tempo, mas também são de uma geração diferente e mais jovem, acho que é uma oportunidade para se pensar de forma mais holística e mais sistémica alguns dos desafios principais que o desporto tem pela frente em Portugal e, em particular, o futebol”, diz, em entrevista a Bola Branca.

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Uma nova geração de dirigentes deve ser um motor para mudanças nas principais lacunas no desporto nacional. No futebol, em particular, Poiares Maduro defende que há “um problema sério de competitividade”, que está a prejudicar Portugal a nível interno e no contexto europeu.

“Se nós olharmos para a percentagem de pontos do primeiro classificado da Liga, ela tem vindo a aumentar, o significa que, basicamente, Sporting, Benfica e Porto quase só perdem entre si, perdem muito poucos pontos com as outras equipas. Isso quer dizer que o nosso campeonato, fora da luta entre aqueles três, é muito pouco interessante e é dos menos competitivos e isso, sem dúvida, é um problema muito grande, porque cria um ciclo vicioso que dá menos valor económico ao nosso campeonato e tem todo um conjunto de consequências perversas e negativas”, explica, nestas declarações à Renascença.

Também no âmbito da ética e da transparência, o ex-ministro e antigo presidente do Comité de Governação da FIFA defende que faltam medidas que garantam a integridade dos dirigentes e das organizações no futebol português, semelhantes ao que acontece na política.

“O desporto é das atividades mais suscetíveis a captura por interesses criminais, isso está estudado. Nós temos de reforçar muito os mecanismos de controlo de integridade do funcionamento desta atividade e das organizações desportivas. Nalguma medida, por via legislativa, por exemplo, mas há muitos outros passos necessários, em particular acho que a atribuição às associações desportivas de um poder de regulação do desporto, que equivale a um poder de regulação da atividade económica ligada a esse desporto, devia vir com certas condicionantes quanto à garantia de mecanismos de integridade”, conclui.

Há um novo ciclo no desporto nacional, com novos líderes na Federação Portuguesa de Futebol, na Liga Portugal e no Comité Olímpico de Portugal. As novas gerações, as novas ideias e os novos negócios vão estar em debate na Terceira Conferência Bola Branca, no dia 27 de maio, onde a Renascença vai reunir alguns do principais treinadores, jogadores e dirigentes do desporto nacional.

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