09 out, 2025 - 17:45 • André Maia
Não pensa nisso, mas não rejeita que exista. Vasco Botelho da Costa é uma espécie de agnóstico em relação ao seu futuro como treinador, mas sem ter medo de ambicionar. Em declarações a Bola Branca, na Portugal Football Summit, que acontece esta semana na Cidade do Futebol, em Oeiras, o treinador do Moreirense admite que seria interessante uma mudança para um grande.
Questionado sobre as associações do seu nome ao Benfica, o jovem técnico responde. "Estou consciente de que o nosso nome ser associado a clubes da dimensão dos clubes grandes é, obviamente, interessante. Acaba por ser um reconhecimento do nosso trabalho. Mas estou muito consciente que a minha responsabilidade é dar treino ao Moreirense amanhã, um clube onde adoro estar, que me abriu a porta da Primeira Liga, e onde valorizo muito as pessoas", afirma o treinador.
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Com 36 anos, essa eventual passagem para um grande não lhe tira o sono. "Não me foco em coisas que não controlo minimamente. O meu foco é preparar o treino de amanhã da melhor forma e continuar a fazer o meu trabalho da mesma maneira. O que tiver de acontecer um dia, nós não sabemos. Mas estou muito consciente de que o mais importante é o Moreirense, um clube com o qual me identifico muito e onde estou muito feliz", acrescenta.
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O treinador português, que já conseguiu duas subidas de divisão, na Liga 3 e II Liga, não sente também o peso nos ombros de ser o principal representante de uma nova vaga de talento jovem nos treinadores portugueses. "Tenho algo muito consciente: o meu papel é treinar. Não é dirigir, não é jogar, não é arbitrar. Esse é o meu foco. Seguramente vou cometer os meus erros, como cometi no jogo da semana passada, e garantidamente vou cometer outros. Aquilo que posso prometer é tentar ao máximo manter sempre esta postura de naturalidade no nosso crescimento. Apesar de jovem, tenho já bastante experiência enquanto treinador, mas gosto de acreditar que a base, os valores, a personalidade, os princípios… esses vão, obviamente, sofrer pequenos ajustes, mas vão cá estar sempre", garante o técnico.
A Bola Branca, Vasco Botelho da Costa falou ainda sobre a campanha sensacional da equipa do Moreirense em casa, 100% vitoriosa – a única em Portugal com esse registo e uma das 16 equipas na Europa. Admite a satisfação, mas isso não chega para ele.
"É uma grande alegria saber que os nossos adeptos, cada vez que foram ver o Moreirense jogar na sua própria casa, puderam sair do estádio satisfeitos. De resto, honestamente, não tem um significado demasiado grande, porque nós queremos ganhar tanto os jogos em casa como os jogos fora. Queremos ter sucesso em cada jogo que joguemos. Essa sim é a nossa preocupação: tentar ganhar o máximo de vezes possível. Se me disser que nós não ganhamos mais nenhum jogo em casa e vamos ganhar todos os jogos fora, o nosso objetivo está atingido. A manutenção fica garantida, vamos seguramente ficar na metade de cima da tabela e, portanto, a época seria um sucesso".
E estará esse sucesso ligado à transmissão inédita dos jogos em casa do Moreirense em sinal aberto na televisão? "Sou-lhe sincero: não acho que tenha uma relação por aí além. Acredito que, no momento das carreiras deles em que os jogos começaram a passar na televisão, esse trigger, digamos assim, foi acionado. A diferença de dar em sinal aberto ou não, honestamente, não acho que tenha um impacto por aí além", explica Vasco Botelho da Costa, em entrevista a Bola Branca.