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Entrevista Bola Branca

Portela, o senhor 500 golos, acha que "ainda é cedo" para esta ser considerada a melhor geração de sempre

22 jan, 2025 - 07:40 • Carlos Calaveiras

É um dos protagonistas do trajeto perfeito de Portugal no Mundial e vislumbra no grupo maturidade e foco. Esta quarta-feira, há Portugal-Suécia (17h00) na “main round”.

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A seleção portuguesa de andebol conseguiu o pleno de vitórias na primeira fase do Mundial, que decorre em Croácia, Dinamarca e Noruega.

Os “heróis do mar”, alcunha pela qual são conhecidos, avançam agora para a “main round”, mais três jogos onde vão defrontar Suécia (esta quarta-feira, 22, às 17h00), Espanha (dia 24, às 14h30) e Chile (dia 26, às 14h30). O objetivo mínimo é chegar aos quartos de final do evento e melhorar o melhor resultado de sempre (10.º lugar em 2021).

Pedro Portela, experiente ponta do Sporting, chegou aos 500 golos pela seleção, mas quer “continuar a ajudar”.

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Em declarações à Renascença, o atleta de 35 anos espera jogos difíceis contra Espanha, a quem Portugal nunca venceu, e Suécia - apenas um triunfo -, mas acredita que, desta vez, a equipa das quinas pode vencer.

Quanto aos contratempos que Portugal já teve durante o evento, serviram para que o grupo se juntasse ainda mais e queira deixar marca.

Até agora, tudo perfeito em campo: três jogos, três vitórias…
Sim, era impossível ser melhor. Estamos contentes por ter três vitórias, era esse o nosso objetivo: passar ao main round só com vitórias. Estamos felizes por o ter conseguido, agora é continuar.

No domingo, Portugal jogou contra um pavilhão cheio na Noruega e não se notou. A seleção já tem uma maturidade que lhe permite ultrapassar essa dificuldade?
Sim, nós gostamos de jogar nestes ambientes, já somos uma seleção experiente. Já jogámos algumas vezes contra eles, com muita qualidade e demonstrámos maturidade, muita ambição, muito crer e vontade de ganhar. Este grupo quer muito fazer grandes coisas por Portugal e demonstrou bem isso: estamos aqui para fazer um bom resultado e estou certo que faremos isso na main round.

Essa maturidade viu-se na segunda parte, quando Portugal esteve a perder por três, mas nunca perdeu a calma e venceu.
Exato, mesmo em momentos em que estamos por baixo, contra uma seleção que joga em casa perante 11 mil pessoas, conseguimos dar a volta ao resultado. Sabíamos que, se estivéssemos focados no jogo durante os 60 minutos, poderíamos dar a volta ao jogo e demonstrámos muita qualidade. Defendemos bem e no ataque conseguimos resolver os problemas que a defesa deles nos criou e conseguimos vencer.

Somos uma seleção que está a crescer, demonstrámos a maturidade que esta equipa tem e agora é seguir em frente para a main round, mas temos de ter a mesma atitude e a mesma entrega.

Agora, a "main round”, contra Espanha, Suécia e Chile. Que adversários são estes?
A Espanha pelo percurso que tem é uma seleção difícil, nos Europeus tem demonstrado muita qualidade e nos Jogos Olímpicos também, como a Suécia também. São seleções de grande qualidade que têm muito andebol, muito organizadas. A Espanha perde poucas bolas, não faz muitos erros, mas podemos ganhar-lhes, temos qualidade para isso, mas temos de nos preparar bem para esses jogos que são decididos nos detalhes e não queremos falhar.

Até onde pode a seleção chegar? O selecionador Paulo Jorge Pereira falou em quartos de final, pode ser mais longe?
É focar-nos primeiro nesse objetivo de querermos estar nos quartos de final. A seguir, o que vier, veremos. Quero focar-me nos quartos, prefiro ir passo a passo e o próximo passo é tentarmos chegar aos quartos de final.

O Portela atingiu contra a Noruega um marco histórico, os 500 golos. O que lhe diz esta marca?
Chegar aos 500 golos pela seleção deixa-me muito feliz e orgulhoso, mas quero é ajudar a seleção da melhor forma e quero continuar a marcar pelo meu país.

Apesar dos bons resultados dentro de campo, há pelo menos dois percalços até agora: a situação de doping de Miguel Martins e a lesão de Cavalcanti, que não pôde dar o seu contributo à equipa. Como é que o grupo está a ultrapassar estas questões?
Estamos focados no nosso trabalho. Gostávamos de poder contar com eles, mas temos de ultrapassar estas situações. O grupo une-se e quer muito conquistar coisas, também a pensar neles. É isso que nós queremos.

Os dois jovens que chegaram à última hora (Miguel Oliveira e André Sousa) integraram-se bem no grupo?
Sim, o André e o Miguel estão bem integrados, somos uma seleção que recebe bem e estamos todos contentes por ter aqui mais duas pessoas para nos ajudar,

Depois de algumas épocas em França, o Portela está de regresso ao Sporting, que está também numa boa fase também na Liga dos Campeões. Esta é uma grande altura para o andebol nacional...
Sim, está a ser uma época muito boa para o andebol português. Têm sido assim os últimos anos, o andebol português tem evoluído bastante, tanto a seleção como os clubes, e esperemos que continue assim. Que isto chame mais jovens para praticarem andebol e crescerem, que é isso que nos traz as mais-valias no futuro, que queiram seguir os passos dos mais experientes que estão agora, para continuarmos a ter qualidade na seleção.

Será esta já a melhor geração de sempre do andebol português?
Acho que ainda é cedo para fazer essa análise. Acho que é uma grande geração, temos feito coisas boas. Poderia dizer que sim, mas não é isso que nos faz mudar ou jogar melhor ou querer conquistar mais coisas. Nós queremos ajudar Portugal e é esse que tem de ser o nosso foco. Mas esperamos marcar uma geração.

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